Capítulo 97 - Ceifador

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O Ninki-Nanka fixa seu alvo em Deodoro, mas Emília é o real oponente. Ela foge das pescoçadas e mordidas com saltos movidos pela força do desespero, mas os pilares de pedra que a criatura transmuta são mais problemáticos. Ela tem ciência de que não conseguirá matar o monstro em seu estado atual e reconsidera as opções: Encantar uma bomba de matéria negativa; conjurar uma tempestade de lâminas; ser engolida e destruir o coração da criatura por dentro com as próprias mãos. "Aaargh!!", ela grita mentalmente, incapaz de tomar uma atitude.

Em paralelo, Amadeo ataca Edisia com os punhos em chamas. Ele sabe que ela não pode mata-lo, mas cada contra-ataque, mesmo empurrões ou tapas, são absurdamente poderosos.

Além desse caos, pequenos inimigos feitos da geleia escura se formam aleatoriamente, segurando as pernas dos combatentes, enquanto tentam corroer sua pele. Amadeo pensa: "O lodo é indestrutível... Mesmo que os bichos sejam "matáveis", essa droga não some!!", ele queima o inimigo do chão, fazendo-o derreter; o lodo retorna a Edisia. "Deve ser isso que eles produzem com a carne dos monstro do Mar do Norte...! Ugh, não importa agora...!", ele conclui, esmagando mais um deles entre as mãos. Ele olha para o corredor... O que Johan está fazendo lá? Por que ele está demorando tanto?

Edisia cantarola.

Deodoro, recolhido contra a parede, dentro de uma barreira, caça uma forma de romper o "selo" de Amadeo. Ele não consegue deixar de pensar nisso: Por que Amadeo? Como colocaram os selos? Por que agora? Como isso terá benefícios para uma Bruxa? Ele não chega a qualquer conclusão, mas, finalmente!, encontra o "desencanto". Dependendo da maldição colocada em alguém, três coisas podem desfazê-la: O indivíduo que a realizou; a vítima ao cumprir alguma condição (se presente); o "desencanto" ou "contra-feitiço" específico para o tipo de magia utilizada. "Se a "tranca" em Amadeo tem algum componente de magia demoníaca, isso aqui vai destruí-la!!", Deodoro pensa, iniciando a fala maldita.

Edisia e Amadeo se voltam para ele no mesmo instante. Os dois tem o mesmo pressentimento, mas o rapaz percebe que a Bruxa é, de alguma forma, medrosa. Com um gesto vertical, ela cria um corredor de espinhos que se propagam contra o homem. Amadeo corre na mesma direção, interpondo-se. A dor em suas pernas transpassadas é insuportável, mas Edisia interrompe o ataque no mesmo instante. Amadeo aceitou completamente seu papel como "isca" e "moeda de troca" e é assustador como é efetivo. Ele só gostaria de saber por que?!

Subitamente, seu peito estala e ele perde a consciência. Deodoro o fita, tendo concluído o feitiço. Ao redor do rapaz, o ar se distorce e, aos poucos, a temperatura sobe. Ele treme e grita.

_ NÃÃÃÃO! _ Edisia exclama _ Ele não tem controle!!! DESGRAÇADOOOO!

Orbes brancos de energia pura se materializam ao redor dele. Edisia se afasta o máximo que pode. Emília corre de encontro a Deodoro; ambos confusos. O Ninka-Nanka, porém, é tocado pelas esferas de luz e parte de seu couro é instantaneamente obliterado. Amadeo cai, e o espaço ao seu redor é deformado pela explosão de energia.

De repente, o chão abaixo do rapaz assume a forma de uma boca e Edisia chama por um nome surreal. A mandíbula se abre e Amadeo é abocanhado inteiro de uma vez. "Odeio ter que usar o monstro da Leah, mas é o único jeito!!", Edisia pensa, rangendo os dentes.

Deodoro e Emília se entreolham. "Nós...perdemos os dois...", ela diz através do link psiônico. O homem não responde, petrificado. Eles já não aguentam mais. "Vamos... vamos fugir... Por favor, Deodoro...", Emília implora conforme o Ninki-Nanka, parcialmente destruído, continua avançando contra eles.

_ Querida... Não podemos voltar atrás agora. _ Deodoro diz _ Eu... sinto muito por não conseguir proteger vocês. _ Por alguma razão que Emília não compreende, ele sorri.

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