Free without even being

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Oieeeee

A gente, não consigo parar de atualizar essa fic é isso

Boa leitura e desculpa os erros

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Então, os dias foram atravessando as semanas, e as semanas o mês.

Cada vez mais, ficava insuportável a distancia dentre os dois, que se buscavam da forma que podiam. Seja por mensagens, ou até em algumas ligações que aconteciam "sem querer", preenchidas por desculpas de que desejavam trocar apenas uma palavra. Era um fato, tanto para Adrien quanto pata Marinette, que eles queriam estar um com outro, da maneira que fosse.

Encontravam-se pelo menos uma vez durante a semana, e quase todos os finais de semana. Mas apesar de todos esses encontros serem maravilhosos, existia um outro lado, que os deixavam aflitos - o amor que nascia em suas almas, e explodia em seus corações, refletindo pelos olhos, pelo toque, faltando apenas um selar, um único beijo, para que se concretizasse todo aquele bom sentimento.

...Era bom mesmo?

A ponto de doer? A ponto de levá-los a duvidar dos caminhos que estavam levando?

Muito complicado.

Adrien tinha seus receios, Marinette sentia-se ainda presa às suas próprias amarguras e frustrações. Enquanto isso durasse, não iriam poder ser livres.

Ela até mesmo julgava estar somente confusa, porque não tinha o amor que tanto esperou de Luka ser correspondido. Não poderia dizer que estava totalmente livre desse sentimento, uma vez que em todos os momentos que o encontrava, sentia o seu coração apertar. Porém, sabia também, que não era a mesma dor de antes. Era um incomodo como se ao invés de amá-lo de fato, deve-se pedir desculpas, por tudo o que havia sentido, assumindo que na verdade, o amor havia se transferido para outra pessoa.

Não, transferido não. Ele havia morrido e renascido de outra forma. Eram sentimentos totalmente diferentes, mesmo que fossem, amor.

Encontrava-se com muitas dúvidas, até que em uma bela tarde de sábado, depois de terem finalizado as músicas para a missa de domingo, Luka ter pedido para que todos aguardassem um pouco pois ele tinha uma notícia maravilhosa para dar aos presentes.

- Meus amigos, eu queria muito compartilhar com vocês esse momento que eu esperei por muito tempo. Só Deus sabe o quanto eu a Kagami rezamos para que o nosso Senhor nos abençoasse.

A partir daí o coração da mestiça, que estava um pouco mais distante, disparou no peito pois tanto ela, quanto as pessoas que começaram a trocar sorrisos, sabiam muito bem do que ele iria falar.

O próprio Luka não precisou completar a frase, uma vez que abraçado Kagami que sorria orgulhosa, colocando uma das mãos em seu ventre, unindo-a a dela, junto às alianças que reluziram ao sol que iluminava a igreja.

- Eu e a Kagami... vamos ser pais. Nós vamos ter um filho.

Uma lágrima veio certeira e tímida pelo canto dos olhos de Marinette que suspirou, abrindo um sorriso largo junto aos demais. Logo todos bateram palmas saldando a mais nova família do grupo. Era lindo de vê-los juntos, abraçados, se amando, trocando beijos e carinhos, realizando a vontade de Deus que consistia naquela imagem - uma família feliz.

Marinette se aproximou depois que algumas pessoas os cumprimentaram, sorrindo tanto para Luka que a encarava com ternura, e para Kagami, que havia abrandado seu sorriso e apertado ainda mais o abraço com o marido.

- Estou muito feliz por vocês. - a mestiça expressou emocionada, fazendo Luka dar uma pequena risada e Kagami inspirar o ar incomodada com a sua presença.

- Obrigado Mari. Eu sempre quis ser pai.

- Eu sei, você nasceu para isso Luka.

- Eu estou explodindo de felicidade!

- E precisa estar mesmo. - ela completou, olhando para Kagami que a fitava com os olhos cerrados. - Esta realizando a vontade de Deus, e vocês com certeza serão muito abençoados.

- Ah isso você pode ter certeza, Marizinha. - a japonesa a respondeu com a mais pura falsidade em sua fala mansa. Claro que Marinette sentiu de longe, mas mesmo assim, ela ainda ousou continuar sorrindo.

- Eu vou rezar muito por vocês, e por esse bebe que vai vir cheio de saúde.

- Sim. - Luka, como sempre alheio ao ciúme evidente da sua esposa, colocou uma das mãos no ombro de Marinette. - Se eu for abençoado com a graça de ter uma menina, espero que ela venha tão meiga como você.

Kagami apertou seus dedos que estavam em sua barriga, tendo que engolir toda a vontade de gritar no meio daquela igreja. Conseguiu disfarçar entre aspas o descontentamento através de um sorriso meia boca.

- Eu também meu amor. Espero que venha como a Mari... assim, bem fofa.

Em contra partida, apesar de todas as farpas que sentia pela fala da esposa de Luka, Marinette permanecia com o seu sorriso sincero. - Obrigada. Eu iria amar...Agora, se me permitem, eu preciso ir embora. Tenho que ajudar a Bri no jantar mais tarde. Vou passar no mercado antes.

- Claro Mari. Vai lá e mande um abraço para ela.

- Ela virá na missa amanhã, então não contarei nada sobre o bebê, deixarei que vocês deem a notícia.

- Obrigado. - Luka continuava sorrindo, aproximando-se para lhe dar um beijo estalado na bochecha. - Vai com Deus, e se cuida.

- Você também. Até amanhã. Até amanhã Kagami...fique com Deus.

- Você também Marinette... Até amanhã.

Ao se virar, deixando-os para trás cercados de gente os cumprimentando, Marinette caminhava de cabeça erguida, sustentando o sorriso em seus lábios, até pelo menos sair da igreja.

Procurou se recostar em uma das paredes, com uma das mãos no peito, sentindo um peso terrível em seu coração. Era como se o seu mundo inteiro tivesse desabado.

Luka teria um filho com Kagami, eles teriam uma família, e para ela, não sobraria nada além da dor daquele amor não correspondido, impossível, pecaminoso, errado.

Por que Deus, permitia que se sentisse assim por um homem que não poderia ser seu? Por que sentia inveja? Por que na verdade, gostaria de estar no lugar de Kagami, pensando, desejando até que ela não existisse, para que... quem sabe... tivesse uma chance?!

Estava sem ar, precisava sair dali, seu coração se encontrava pesado demais para permanecer em solo sagrado, sobre o olhar de Deus.

Voltou a caminhar pelas ruas, cruzando as esquinas, esbarrando nas pessoas. Segurava o terço em sua mão, tão forte, que as pontas da cruz machucavam a sua pele, mas não se importava. Andou tão rápido, que passou a correr para longe sem saber onde iria chegar. Isso também não importava mais, tudo o que sabia, e desejava... era que aquela angustia fosse arrancada de si.

Seu corpo desorientado a levou até onde conseguiu se manter com fôlego para correr, chegando a um dos parques de Paris, onde exausta, deixou-se cair sobre a grama e algumas flores que haviam nesta. As pétalas se soltaram, abrindo um manto rosa envolta de si.

Mais calma, fechou os olhos, respirando fundo, sem abrir a mão do terço que sangrava, pois havia apertado tanto, que acabou se machucando.

Sentiu mais uma lágrima ardendo... daquela vez, não doía mais. O aroma das flores preenchiam seu ser, a brisa suave, a carícia que vinha do céu em forma de calor do sol... tudo junto, e misturado, ao perfume amadeirado, e o odor do tabaco que corrompia, e ao mesmo tempo, completava aquelas sensações....foi acalmando a sua alma aos poucos.

Abriu os olhos lentamente para ve-lo sorrindo à si, iluminado pelos raios de sol que aguçaram o dourados dos seus cabelos lisos.

Era... um anjo...?

- Adrien...

Damned love   [Adrinette]Onde histórias criam vida. Descubra agora