He can't see me the way I want

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Mais um pq eu to no hype :3

Boa leitura e desculpa os erros!

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Como se fosse quebrar com o vento ou se agisse com mais brusquidão, Adrien conduziu gentilmente Marinette a segurando por uma das mãos até sua moto. A fez se sentar segurando-a firme pela cintura antes de colocar o capacete na sua cabeça e a cesta do picnic que fariam no porta mala. Subiu na sua frente, dizendo para que se segurasse firme nele antes de colocar o seu próprio capacete. A mestiça sorriu assentindo e assim o abraçou para que os dois fossem embora.

Chegaram a um dos parques da cidade descendo da moto, caminhando juntos e de mãos dadas ao longo do caminho, algo tomado como partida pelo loiro que sorria fechado para a mestiça. Ela por sua vez, tinha as maçãs das bochechas bem coradas, tendo o olhar tímido. Sentia-se em uma situação inesperadamente boa e estranha, porque....era como se aquele homem que estava caminhando ao seu lado, e de mãos dadas consigo, fosse o seu namorado.

O que estava longe de ser...! Até porque entre eles não existia essas coisas e nem gostar, eles se gostavam assim.

Aliás... por conta desses pensamentos, acabou se questionando ao se lembrar daquela outra mulher que havia aparecido de repente antes, a tal da Lila.

 "Adrien, a via como uma mulher...? Ou para ele... ela era apenas um anjo...?"

Apertou os dedos dele, abaixando o olhar para a grama ao que o loiro acabou por perceber, os fazendo parar em um determinado ponto debaixo de uma arvore.

- Acho que aqui já esta bom, o que acha? – disse ele amigável, ao que ela respondeu um sim movendo sua cabeça de forma fofa, o fazendo rir baixinho.

- O que foi? – Marinette perguntou curiosa inclinando a cabeça. - Eu fiz algo estranho? 

- É que você é muito bonita meu anjo, acho o seu jeito muito delicado... e isso me deixa muito feliz.

- O-o meu jeito...? Você....gosta dele?

- Sim, gosto muito. – pegando então a cesta que estava em suas mãos, a colocou sobre a grama onde se inclinou, fazendo menção para abri-la. – Eu posso?

- Claro...

Ele então começou a pegar as coisas, ajeitando o lençol que estava dentro para que pudessem se sentar, mas antes, a pegou pelas duas mãos, a fazendo se sentar consigo. Marinette, totalmente desconcertada o acompanhou com as linhas faciais franzidas e toda derretida pela gentileza.

- Obrigada... – agradeceu com a voz baixa, quase falha, inclinando o rosto para o lado.

- Eu que preciso te agradecer, e também... te pedir desculpas...

- Desculpas...?

- Sim. Pelo lance que aconteceu com a Lila. Ela é uma mulher complicada...

- Entendo.

- Eu vou te explicar, mas antes... eu posso... eu queria... quer dizer... – ele riu antes de terminar sua fala.

- O que...?

- Eu queria, te colocar aqui bem mais perto de mim.

- Ao seu lado, você quer dizer...?

- Uhum.  – recostando-se por debaixo da árvore, sorriu abrindo o espaço do ombro direito. – Vem...?

Por dentro e por fora, Marinette não pode resistir em se sentir feliz e ir na direção dele, recostando a cabeça em seu corpo. Desse jeito ele a abraçou, começando a fazer um carinho terno em seus cabelos, tal como a suave brisa do início da tarde lhe fazia na pele.  Fechou os olhos tranquila, ouvindo as palavras que saiam da boca do loiro que contava, quem era Lila e o que ela era na sua vida.

Tratava-se de uma ex namorada a quem tivera um romance por quase dois anos. Ela, era a prima de um dos donos da loja de motos onde trabalhava, e amigo seu de longa data, que foi o responsável de tê-los apresentado.

Ficaram por aquele tempo juntos, porém Lila era uma pessoa muito controladora e Adrien por sua vez, simplesmente não suportava que ninguém mandasse nos seus passos. Além disso, como se não fosse bastante, Lila era muito ciumenta e vivia dando ataques, shows, arranjando encrenca com qualquer mulher que ousasse de se aproximar de si.

- A última dela foi uma vez que a gente 'tava numa festa, e eu estava conversando com a namorada de um amigo meu... aí a menina me pediu pra segurar o braço dela porque a sandália tinha soltado... a Lila viu de longe depois que ela 'tava saindo do banheiro e armou a pior confusão que a gente já tinha passado. Nós dois até... partimos pra violência... e não é algo que eu me orgulhe Marinette, não mesmo... ao contrário do que você pode pensar...

- Não. Não se preocupe Adrien... – movendo-se para olhar em seu rosto, a mestiça o segurou forte em uma das mãos. – Eu não penso nada de ruim sobre você... até cheguei a pensar algumas vezes, mas depois que te conheci melhor... e pude ver que você é uma pessoa boa, eu começo a entender que só esta rodeado de pessoas ruins...

- Não meu anjo....eu não sou uma pessoa boa. Não mesmo. Eu já fiz muita merda na minha vida, coisas que... eu não quero comentar agora, mas que eu não me orgulho... mas eu fiz, e preciso assumir.

- Adrien...

- E é por isso que... quando estou com você...eu me sinto como se esses meus pecados não existissem mais... é como se tudo se anulasse, e dentro de mim... no meu coração... só existissem coisas boas.

- Você se sente assim, de verdade?

- Uhum, de verdade. Entende que é por isso que eu te chamo de meu anjo, porque você é o meu anjo... contigo, eu me sinto redimido... me sinto leve... eu me sinto bem... muito bem...

- Então quer dizer que você se sente... feliz de estar comigo...?

- Ah... – a tocando no rosto, fez um carinho com o polegar em sua bochecha. – Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

A puxou na sua direção, o que fez Marinette fechar os olhos, tremula por dentro como se estivesse esperando que ele a beijasse a boca... Porém, ele não a beijou em seus lábios, mas sim, na sua testa, o que a fez estranhar e sentir uma pequena dor no coração. Soube disfarçar quando ambos se afastaram, o vendo sorrir e pedir para que comessem a comer.

O acompanhou então no lanche, nas palavras, na conversa, nas risadas, até terem que regressar o caminho, onde ele a deixou em casa antes de voltar ao trabalho.

- No sábado vamos no cinema? – a perguntou animado com um sorriso lindo em sua boca. Marinette ao vê-lo sorrir assim, obviamente confirmou balançando a cabeça.

- Vamos, com certeza.

- Que bom meu anjo. Podemos até depois jantar juntos... sei lá, fazer qualquer coisa.

- Eu adoraria. – ela suspirou o vendo dar um beijo na sua mão, e depois de mais uma vez agradecer com aquele típico tom respeitador a idolatrando como se fosse um ser angelical, ir embora. 

Abaixou a cabeça quando ficou sozinha, subindo as escadas do prédio onde morava com sua irmã mais velha até o apartamento das suas, onde a mesma, não se encontrava. Resolveu que seria melhor tomar um banho. 

Assim que  colocou a cesta de picnic na cozinha, deu um longo suspiro antes de caminhar até o seu quarto, desabotoando o vestido que usava de costas para um longo espelho que havia pregado na parede. Ao se virar, somente de calcinha e sutiã, olhou o seu corpo magro, parcialmente nu, sem muitas curvas, e seus cabelos soltos, marcados pela presilha que havia usado.

Ele não a enxergava como uma mulher...

Apesar de ser uma mulher...

Tal como Luka como jamais a viu. Ele só a tinha como uma irmãzinha mais nova...

Agora Adrien... a via como um anjo intocável...

Então... por que? Quando... quando... se tornaria uma verdadeira mulher que iria merecer ser amada, desejada, cobiçada  em pecado...por um homem?

Quando... Deus iria permitir que fosse... a mulher, o sonho em realidade de um homem que a amasse?

Ao se aproximar do espelho, colocou uma das mãos no rosto do seu reflexo, tentando em vão enxugar aquela lágrima de prata que caía dos seus olhos azuis. 

Damned love   [Adrinette]Onde histórias criam vida. Descubra agora