A boat in the middle of the ocean

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Oieeee, tudo bom meus amores? Espero que sim!

Boa leitura e desculpe os erros!

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De todos os lugares que Marinette pensou que Adrien poderia levá-la, aquele, era o último ou até mesmo o único que com certeza não viria à sua mente. Tratava-se de um cemitério, onde o loiro estacionou nas proximidades, e eles desceram, podendo ver através das grades largas e dos arbustos, um aglomerado de pessoas que acompanhavam um enterro.

Ficando um pouco atrás enquanto que Adrien se aproximava das grades, debruçando-se em uma delas, Marinette se abraçou desviando o olhar.

- ... é o meu amigo... aquele que morreu no bar... que esta sendo velado.

- Você não vai até la?

- Não... não posso, eu não tenho condições... a família dele me odeia... e me odeia mais agora, por saber que estávamos juntos quando aconteceu, e eu... não pude fazer nada!

- Mas... o que você poderia fazer? Não tinha nada que pudesse ter feito.

- Tinha sim Marinette. – Olhando abatido adiante, o loiro murmurava as palavras, com um tom fraco na voz e os olhos marejados. – Eu poderia... se eu fosse uma pessoa melhor, se eu não frequentasse aquela merda de bar, se eu tivesse dito pra gente ir embora, e não tivesse ficado lá, trocando soco com aqueles caras, nada disso teria acontecido...

- Ah Adrien... não...! – O fazendo olhar para si , através de um toque gentil no seu ombro direito, Marinette o mirou compadecendo-se da sua dor. – Não adianta você ficar se lamentando do que aconteceu, dizendo o que poderia ter feito ou não... eu sei que dói, mas... o jeito agora, é seguir em frente...!

- Como eu vou seguir em frente meu anjo... se a minha vida é uma bagunça? Se... – virou o rosto ao enterro, deixando uma lágrima cair no canto de um dos olhos. – Era pra eu ta ali, sendo enterrado, morto... sem ninguém pra se lembrar de mim...!

- Não, não diz isso, por favor! – ao segurar as duas mãos dele com força, Marinette não pode evitar de lhe dar dois beijos sobre seus dedos, com o máximo de carinho que havia em seu coração.

As palavras que saiam da boca de Adrien, eram tão carregadas de sentimentos tão tristes, que não conseguia se conter.

Ainda que os dedos dele exalassem o cheiro de tabaco, e seu toque que ao mesmo tempo fosse suave, era ríspido, como se precisasse ser lapidado, ela não se importava, precisando acarinhá-lo, tomá-lo consigo.

- Não diz isso... não diga que você queria morrer, porque você não morreu, você sobreviveu porque Deus...!

- Deus não. Não fale sobre esse Deus pra mim, ele não me importa... a única coisa que me importa, e que esta me mantendo de pé, desde que os meus olhos encontraram, e aqueceram o meu coração... é só você meu anjo...

A tocando no seu pequeno rosto, sorriu fraco causando a Marinette um sorriso também.

- ... você é tão linda... tão delicada... parece que não é real... como se fosse um sonho, que se materializou diante de mim...

- De onde... você consegue ver essas coisas em mim...? Se eu sou tão simples... tão normal Adrien... tão... pecadora!

- Não não é... você não é como as outras, não é como ninguém que eu já conheci... você é um anjo Marinette, o meu anjo, o meu foco de luz... a única, que pode estar comigo e me dar forças... que não se afastou de mim, quando eu estava aflito e perdido, sujo de sangue... quando todos iriam se afastar...

- Eu sei... e te confesso que naquela hora, eu fiquei com um pouco de medo sim... mas... depois, quando você foi tão gentil, e me pediu pra voltar a cantar pra você... eu consegui ver que você só precisava de uma companhia...

- Não de qualquer companhia, da SUA companhia...

- Ah Adrien...

Os dois trocando olhares e sorrisos, lágrimas que vinham do loiro, resultou em um abraço apertado, contido, debaixo da garoa fina que caía do céu.

Tão forte, que Adrien dava beijos nos ombros de Marinette, e ela sorria de olhos fechados, sentindo uma paz nos braços fortes daquele homem atormentado, que só conseguia sentir, quando estava na igreja. Ainda colados dessa maneira, o loiro sussurrou perto do seu ouvido.

- ... canta pra mim?

- ... o que...? Onde... quando... ?

- Aqui, agora... só pouco...

O apertando um pouco mais com suas mãos pequenas, Marinette primeiro limpou a garganta, e começou a entoar uma melodia suave nos ouvidos do loiro que apenas movia o corpo dos dois em sincronia com a calidez da voz feminina.

-Não sou nada... eu bem sei... tão pequeno, um grão de areia em suas mãos... barco a vela, que se abandona... segue o rumo e vai buscando o alto mar... assim me encontro diante de ti ..

E por mais que aquela canção fosse falando sobre um Deus que não acreditava, sobre um amor que não sentia, através da voz dela, da presença dela, sentia-se tocado, envolvido de um jeito, que nada foi capaz de fazê-lo anteriormente.

Nem o cigarro, nem as bebidas, nem as brigas, ou as mulheres que teve...

Era somente com ela... junto dela... eles dois, no mundo inteiro.

Dentre o inferno que era sua vida, e o céu, que era estar segurando a maciez do seu pequeno corpo... ele se perdia, feito um barco no meio do oceano.

- O teu calor me envolve... o teu olhar me acalma... e em teus braços o teu amor inflama a minha alma... Que posso mais dizer? Se o coração já disse... te amo... te amo...

Damned love   [Adrinette]Onde histórias criam vida. Descubra agora