Give me strength, please my angel

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Mais um cap!

Desculpa os erros!

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Só poderia ser um anjo... Só poderia estar morto. 

Porque não havia outra luz a não ser daquela forma diante de si e ela o chamava, ela o conduzia para que fosse em sua direção. 

Tão linda... 

Seus traços eram singelos, bem delicados, como se fossem de uma boneca feita de porcelana moldada por mãos habilidosas que a fizerem ser perfeita, maravilhosa demais para existir nesse mundo amargo e odioso. 

Não, não era uma simples mulher, porque se fosse, jamais poderia ser feriada com uma carícia dada se quer em sua pele de seda fina ou por um beijo que denegrisse seus lábios rubros. Profanando-a com o seu corpo de homem imundo e cheio de pecados... ele jamais se atreveria.

Mas se ela fosse realmente anjo, iria lhe dar ao menos a chance de se aproximar e lhe perguntar quem sabe, se teria a oportunidade de apenas observá-la melhor antes que desmoronasse para as profundezas do inferno, seu lugar de direito.

Então levantou-se aos poucos, reunindo as ultimas forças que havia dentro de si e caminhou em direção à aparição feminina que ainda não tinha percebido sua presença ali.

Ela continuava dedilhando os dedos lentamente no piano, ecoando a doce melodia suave pelo interior da igreja como se ela própria estivesse perdida em seu deleite, em sua mística musical. 

De olhos fechados, melodiava a canção seguindo-a com a voz murmurada por seus lábios friccionados um no outro. 

A medida que ia se aproximando o altar andando pelo meio do corredor, seus olhos cansados não buscavam outro foco - e não conseguiriam - a não ser daquele ser tão lindo.

Como poderia ser assim, tão perfeita... tão... intocável...

Nunca tinha visto algo que inspirasse tanto a sua alma a querer ser melhor pelo único motivo de ter mais um dia de vida,  para que assim, pudesse estar na mesma presença que ela. Era um sinal, era para estar ali.

Sujo de sangue, desesperado, cansado, com medo, abandonado. Incrédulo de dias melhores, de esperança.  Buscando se equilibrar na sua própria miséria.

Não poderia mais aguentar tanto sofrimento preso dentro de si mesmo, era pesado demais para seguir sozinho, sufocante demais. Seu coração já não conseguia se manter, nem suas estruturas. 

Finalmente se aproximou fazendo um barulho um pouco mais audível com os pés assim que se colocou atrás do piano, o que fez a mulher se levantar tendo seus olhos arregalados ao vê-lo diante de si. 

Ela olhou para os lados totalmente aflita ao constatar que não haveria ninguém que pudesse socorrê-la se por um acaso aquele homem resolvesse fazer alguma maldade. Mas não estava sozinha, tinha sua fé. 

Segurou firme o crucifixo caído em cima dos seus seios franzindo a testa como se suplicasse em silencio para que não fizesse nada de ruim, para que tivesse piedade. 

Mas por incrível que pareça, mesmo que fosse uma ilusão ou excesso de fé, não conseguia ver intenções ruins no olhar daquele homem... Mesmo que sua aparência e a situação que se encontravam lhe transmitisse muito temor, ele não parecia querer lhe fazer mal. 

Na verdade, aparentava fraqueza, cansaço. Podia enxergar pelos seus olhos verdes uma luz branda, solitária. Foi descendo o olhar por ele no breve silencio que se instaurou dentre os dois.

Por Deus, ele estava sujo de sangue, suas roupas estavam amarrotadas e seus cabelos loiros bagunçados... o que tinha acontecido para parecer como se tivesse saído de uma tragédia, de uma guerra?

Damned love   [Adrinette]Onde histórias criam vida. Descubra agora