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Domingo, 21:11...

Diogo

- Não quero mais, tô cheia- fez careta, estendendo o lanche (que tava praticamente inteiro) pra Leticia.

- Ta bom, filha. Tira o sapato e vai brincar- ela saiu correndo pra brincar perto da água- eu disse que ela não comia um inteiro- revirou os olhos, levando uma colher de sorvete a boca ao mesmo tempo em que guardava o lanche da filha na caixa novamente.

- Melhor sobrar do que faltar- passei meu braço ao redor do pescoço dela- e ela comeu o sorvete antes pô, por isso não teve bucho pra comer o lanche.

- É?- disse toda no deboche.

- Pô, vai alí no quiosque comprar uma cerveja pra mim? Saporra de refrigerante não mata a sede, não- fiz careta, colocando o copo vazio sobre a areia.

- Você tá dirigindo- lembrou, levantando.

- Da em nada, fia- olhei na direção do mar, chamando a Eduarda.

- Oi, tio- se aproximou correndo.

- Tua mãe vai alí comprar uma parada pra mim, quer alguma coisa?- ela colocou a mão no queixo, como se estivesse pensando.

- Quero não- negou com a cabeça.

- Pode pá, fica onde a gente consiga te olhar, em- ela assentiu, voltando pra perto da água- se quiser algum bagulho pra tu, pode comprar aí- entreguei uma nota de cem pra ela.

- Qual a cerveja?- passou a mão sobre o vestido, tirando a areia.

- A maior que tiver- sorri.

- Misericórdia- saiu murmurando.

- Ela é amiga da minha mulher, pois é...- eu cantava, olhando a Eduarda correndo de um lado pro outro na areia.

Não demorou pra Letícia parar na minha frente novamente.

- Seu troco- estendeu as mãos, me entregando a cerveja e as notas.

- Tá com frio nessas canela aí não?- observei ela sentar ao meu lado novamente, colocando a bolsinha no colo.

- Piranha não sente frio nas pernas- deu de ombros.

Eu ri tanto, que quase engasguei cm a minha própria saliva.

- Tá bom, piranha. Senta lá- dei um leve empurrão nela.

- Me deixa- riu, dando um tapa na minha mão.

- Mamãe, vem brincar comigo- Eduarda gritou.

- Vai lá, mamãe- olhei pra ela, que colocava a bolsa sobre a areia e tirava os tênis.

- Você vai também, levanta- puxou a touca do meu moletom, pra cima- vamo, chato- empurrou minhas costas.

- Vai derrubar minha cerveja, carai- dei um gole na mesma, levantando.

- Fresco- cruzou os braços.

Larguei meu chinelo junto com as coisas delas alí, e acompanhei a Letícia.

- Eae, qual vai ser a brincadeira?- passei o braço ao redor do pescoço da Letícia, olhando pra Eduarda.

- Pega pega, tá com a mamãe- saiu correndo.

Ri, correndo também.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora