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Sexta, véspera de natal, 11:00...

Eduarda

Abri a caixa, procurando uma roupa que coubesse na Larissa. Optei por um vestidinho rodado, que eu amava na idade dela.
Ele era de mangas curtas, justo da cintura pra cima e rodado na parte de baixo. Era em um degradê de roxo, que subia pro azul e finalizava com rosa, com várias borboletas desenhadas.

Peguei também uma calcinha, um laço azul pra pôr no cabelo dela e um chinelinho rosa.

- Lava a cabeça, xia?- ela colocou só a cabeça pra fora do banheiro.

- Eu já tô indo aí lavar seu cabelo- falei, fechando novamente a caixa e a empurrando pro canto do quarto.

Não demorou pra sua cabeça sumir novamente da porta, enquanto eu conferia novamente se o vestido estava totalmente limpo.

Quando constatei que sim, coloquei sob a cama e voltei pro banheiro.

- Livre estou, livre estou...- ela cantarolava, brincando com a espuma na sua bochecha.

Sorri, me aproximando.

- Vamo deixar esse seu cabelo bem lindo, pra você ficar igual uma princesa- falei, jogando água no seu cabelo.

Apesar de aparentar ser bonito, estava bem engrenhado e sujo.

Terminei de dar banho e escovei os dentes dela, a levando pro quarto.

- É meu?- seus olhinhos brilharam ao ver o vestido que estava esticado sob a cama, enquanto sua pequena mãozinha segurava a toalha pra não cair.

- É seu- falei, fechando a porta do quarto.

- Que lindo, xia- sorriu.

- Você quer vestir ele?- perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

Coloquei ela em cima da cama, ajudando ela a se secar.

- Quelo- assentiu freneticamente.

Após ela já estar vestida, penteei seu cabelo e coloquei o laço, dando o chinelo pra ela calçar.

- Tá apetado- fez careta, olhando pro chinelo.

- A gente já vai lá comprar outro, tá? Só vou te dar café primeiro- falei, a conduzindo pra descer as escadas.

- Tá gatona em- Yuri sorriu assim que terminamos de descer as escadas, largado no sofá.

- Xou linda- sorriu.

Ele deu risada.

- Cadê a menina bonita que o Yuri falou?- minha mãe veio correndo da cozinha.

- Aqui- levantou o bracinho gordo.

- Que lindaaaa- tia Carol sorriu, a pegando no colo.

- Larga carai, neta é minha- meu pai tentou puxar a Larissa do colo da tia Carol.

- A neta é nossa, Diogo- minha mãe tentou puxar a menina também.

- Neta?- arqueei uma sobrancelha.

...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora