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Sábado, 21:03...

Eduarda

- Tá querendo levar um tiro no meio da cara, Terror? Vai entrar pra se fuder mermo?- meu pai esbravejou, já pegando a arma.

- Pai, tá tudo bem! Relaxa, eu vou com ele- falei, me levantando.

- Vai um caralho!- meu tio Jhow saiu da cozinha, me colocando atrás dele- se ele quiser descer o morro, ele vai sozinho! Tu não sai daqui.

- Não sai mesmo! Onde já se viu uma coisa dessas? Aumentar a voz pra uma menina como a Eduarda? Ela só sai daqui, quando a gente deixar- tia Carol se meteu.

- Vai deixar minha mulher em cárcere privado?- arqueou a sobrancelha.

- Tua mulher, é nossa filha!- tio Lima falou- se triscar nela, bagulho fica louco pro teu lado!

Eu pisquei e minha mãe tava em cima do Caíque, batendo nele com a minha bolsa.

- Eu vou embora, Eduarda! Mas é bom tu tá em casa antes de eu chegar da biqueira- empurrou minha mãe, saindo voado da casa.

Sábado, 23:45...

Depois de muita insistência minha, consegui sair da casa dos meus pais. Até tentar me trancar dentro do quarto pra eu não vir embora, eles tentaram.

- Quer que eu entre contigo?- Eduardo perguntou.

Ele veio me trazer em casa.

- Não precisa- sorri, agradecida.

- Se cuida, em. Qualquer coisa que esse filho da puta fizer, tu liga que eu venho voando pra cá- me deu um beijo na testa, se despedindo.

Resolvi vim embora, sim. Não quero dar motivo pra briga com o Caíque! Principalmente agora, nós estamos tão bem...e faltam apenas duas semanas pro natal, não quero passar fim de ano brigada com o meu marido!

Desejei boa noite pros caras que estavam na contenção da casa, que começaram a cochichar entre si quando eu me aproximei.

Passei por eles, logo entrando em casa. A sala estava cheia de drogas e roupas, inclusive femininas, espalhadas.

Arqueei a sobrancelha, ao ouvir um gemido estridente vindo do andar de cima.

Subi as escadas em um pulo, logo abrindo a porta do nosso quarto. Lembra da Luiza? A garota que ele comia no morro do meu pai! Então, ele estava deitado em cima dela, na nossa cama!

- Que porra é essa, Caíque?- gritei, jogando tudo que estava na minha frente, neles.

- Desce, Eduarda- murmurou, me ignorando completamente e voltando a fuder ela.

- Você tá louco? Na nossa casa? Na nossa cama?- continuei gritando, enquanto tacava um perfume neles.

Um perfume do Caíque, lógico!

...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora