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Madrugada de segunda pra terça, 01:33...

Letícia

- Bora lá no pé comigo, buscar o carro pra ir embora- engrossou a voz, parando ao lado da cadeira que eu estava sentada.

Não nos falamos mais desde a hora do parabéns, e por mim eu só falaria com ele em casa anunciando o término.

Suspirei, dando mais um gole no meu refrigerante e levantei, o seguindo pra fora da casa.

- Que frio- murmurei, cobrindo minha barriga com o braço.

- Vem cá- abraçou meu pescoço, na tentativa de me esquentar- tu não vai falar mermo oq eu fiz?- me olhou.

- Eu não vou discutir com você na rua e nem na casa dos outros, Diogo. Em casa, a gente conversa!- afirmei.

- Certo- murmurou.

Terminamos de descer o morro calados, abraçados, inquietos, tensos. Eu conseguia sentir o quão nervoso ele estava.

- Boa noite- acenei pros meninos da barreira, entrando no carro.

Ele parou pra cumprimentar os garotos, mas não demorou a estar dentro do carro dirigindo pra casa do Tubarão.

- Não quero te perder- me olhou rápido, acariciando minha coxa enquanto dirigia.

Quem tem cu, tem medo!

- Pq você vizualizou as fotos dos peitos dela?- perguntei.

- Dela quem, amor?- negou com a cabeça- os únicos peitos que eu olho são os seus- riu.

Peguei o celular, mostrando a conversa pra ele.

- Repetir que noite, Diogo?- ele franziu o cenho, abrindo a boca pra responder.

O ignorei, descendo do carro pra pegar meus filhos.

- Obrigado por tudo, foi incrível- abracei a Gabi, me despedindo.

- Que isso, volta sempre com o DG e trás as crianças!- sorriu.

- Pivetinho tá no mó sono bom- Tubarão riu, me entregando o Eduardo- cuida bem do meu moleque, deixa ele fazer merda não- beijou minha testa, observando o Diogo descer as escadas com a Eduarda adormecida no colo.

- Pode deixar- sorri, confirmando com a cabeça.

- Ela tá querendo me largar, paizão- DG se aproximou de nós.

Abri maior olhão, me engasgando com a minha própria saliva.

- Oq tu fez, Zé buceta?- Tubarão perguntou.

- Diz ela que meti chifre, mas eu nem tô sabendo de nada disso- deu de ombros- mente tá em paz, consciência limpa e tranquila- me olhou, ajeitando a Eduarda no colo.

- É mentira dele, Tubarão. Ele tá brincando- sorri constrangida.

- Tô?- arqueou uma sobrancelha.

- Tá!- afirmei, o olhando feio.

Tubarão riu.

- Cuida dela e dos pivete- fez toque com o DG, beijando a cabeça da Duda depois.

- Tchau- acenei, saindo da casa- quem mandou você falar que eu quero terminar? Fofoqueiro- murmurei, me distanciando da casa.

- Ué, era segredo?- abriu o carro, ajeitando a Duda no banco de trás.

- Eu vou arrebentar a sua cara, quando chegar em casa- avisei.

Ele riu.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora