Minha mandraka!

17°

Sexta, 13:30...

Eduarda

Ele me repreendeu com o olhar, percebendo que eu tinha chamado atenção de umas tiazinhas que passavam na rua.

- Fala baixo comigo, Eduarda- apertou meu maxilar- e é Caíque! Caíque, morô?- me olhou sério.

- Pq você tá fazendo isso comigo? Caralho, a gente nem tem nada- disse, já com a voz falhando devido ao choro que queria vim- vai ser dono da Luiza, da Mariana, do caralho que for! Mas, me deixa- sussurrei, já chorando.

Tô chorando no meio da rua, que vexame.

- Fica de boa que quando eu enjoar de tu, te mando vazar- olhou em volta.

- Qual o prazer que você tem em ser "meu dono", contra a minha vontade? Até ontem você tava mó suave comigo, e agora tá aqui com essa sua paranóia me fazendo chorar- neguei com a cabeça.

- Não enche o saco, Eduarda. Tava mó calmo contigo esses dias pra trás aí, tava tudo do teu jeito, mas deu já! Agora é minha vez de dar a ordem- fechou a cara- onde tu tava? Tá voltando de onde?- me olhou de cima a baixo, pousando o olhar no meu decote.

- Não te interessa!- cruzei os braços.

- Tem essa porra não, Eduarda. Se eu pergunto, tu responde- mandou- fala, caralho!

- Eu estava no trabalho! Que inferno. Será que nem trabalhar mais eu posso?- gritei.

- Não grita comigo na frente de geral não, tá ficando louca?- rosnou- agora eu tenho uma parada pra resolver, mas de noite eu vou te ensinar a falar mansinho comigo- sorriu- sobe na garupa aí, que eu te deixo em casa- ligou a moto novamente.

- Obrigado, mas eu prefiro ir andando- me afastei dele.

- Tu que sabe- murmurou, acelerando.

Retardado! Virei propriedade de um louco, psicopata. Se eu soubesse que seria assim, teria mandado meu pai enxotar ele daqui no dia que ele chegou!

...