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Domingo, 09:59...

Eduarda

Quando chegamos no hospital, minha mãe e minhas tias já estavam lá! Meu pai, meus irmãos e meus tios não puderam ir, por serem foragidos. Então, juntaram uma tropa e foram pro morro do Terror, pegar ele.

Eu tive que dormir no hospital em observação, pra ter certeza de que estava tudo bem comigo e com o bebê.

A Luiza? Passou a noite inteira no hospital comigo e a minha mãe! Em momento algum afastou o pé do meu quarto, se mostrando estar preocupada de verdade.

Eu preferi não saber oq seria feito com o Caíque! Assim, não correria o risco de eu ficar com dó e mandar parar.

- Vamo, gatona- Luiza sorriu, me puxando da cama.

- Calma Luiza, desse jeito você vai arrancar o braço da menina- minha mãe brigou, entrando no quarto com uma bolsa.

Ela tinha ido no morro buscar uma muda de roupa pra mim poder ir embora.

- O médico acabou de dar alta pra ela, ué. Ela tem que tomar banho pra ir pra casa- Luiza continuou tentando me ajudar a levantar.

- Eu consigo levantar sozinha, Luiza- disse em tom de brincadeira, me levantando.

- Ela é meio sem noção, né- minha mãe sussurrou pra mim, me acompanhando até o banheiro.

- Eu ouvi isso- ela gritou.

- Ainda bem, agradece a Deus por que não é surda- minha mãe a olhou, pegando minha roupa de dentro da bolsa- se bem que, seria melhor se fosse. Aí eu ia poder te xingar em voz alta, você não ia ouvir mesmo- deu língua pra Luiza.

- Nossa, tia- colocou a mão no peito, fingindo a ofendida- a senhora me ama muito, isso sim- cruzou as pernas, abrindo uma revista de fofoca pra ler.

A Luiza, na verdade, é uma pessoa bem legal. Completamente diferente do que eu achei que ela fosse.

Durante a noite, ela contou a história dela pra mim e o motivo de ficar saindo com tantos homens. Pelo que ela me contou, ela faz isso só pelo dinheiro mesmo! É uma necessidade, como ela disse.

...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora