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Domingo, 13:32...

Diogo!

- Não leva o meu marido também, meu Deus- ouvi o murmúrio da Letícia e senti um aperto na minha mão- por favor, eu não sei oq vai ser de mim se acontecer o pior com ele também- ela chorava.

Abri os olhos, sem entender.

Eu não morri? Não bati com as 10?

- Amor- murmurei, trazendo seu olhar assustado na minha direção- tô com sede.

- Graças a Deus! Obrigado, senhor- ela me abraçou forte.

- Me da água, por favor- pedi.

Ela virou, me entregando uma garrafinha.

- Oq aconteceu? Eu tô no céu? Inferno?- perguntei com dificuldade, dando mais um gole na água.

- Você tá na terra, amor- sorriu em meio as lágrimas- você tá vivo! Ta meio ruim ainda por causa da cirurgia, mas, tá vivo!

- E o Jhonatan? A Carolina? Eles tão aqui também? Conseguiram viver?- olhei em volta, procurando por eles.

- Eles não resistiram- sussurrou- o enterro foi hoje de manhã, e foi tão horrível- chorou.

- Cadê nossos filhos? Cadê os mano? Cadê todo mundo?- perguntei, suspirando pra tentar segurar o choro.

- Tá todo mundo lá fora- falou baixo, passando a mão no meu rosto.

- Chama todo mundo, quero ter um teti a teti com geral- falei, agoniado com tudo que aconteceu noite passada.

A Letícia foi até a porta, convidando todos a entrar no quarto.

Parecia um bando de morto vivo, com umas olheira do caralho e mó cara de choro. Mói de zombie.

- Vovô!- a Larissa pulou em cima da cama do hospital, chorando.

- Minha princesinha- sorri, beijando a testa dela.

- Nós ficamos com tanto medo de te perder- a Eduarda me abraçou, chorando.

- Eu quero falar com todos vocês, parada séria- falei, ajeitando a Larissa em cima de mim.

- Sim, senhor capitão- Lima zuou, pra quebrar a tristeza.

- Nós perdemos nossos melhores guerreiros, né, nossa família- comecei- mas, nós não podemos parar! Eu achei que nessa eu ia embora também achei que ia partir pra melhora, mas, graças a Deus, tô aqui ainda! Firme e forte, com história pra contar- sorri fraco- mas, eu vou sair do tráfico- observei a expressão de todos.

- Que?- foi a única coisa que o Lima e o Kacic murmuraram.

- É papo! Vou sair do tráfico, outra pancada dessa e eu vou bater as botas, fi! Tá loucão? Tenho que ver meus netos crescer ainda- neguei com a cabeça, acariciando o cabelo da Larissa.

- Eu vou sair também- Lima suspirou.

- Já é, então todo mundo sai!- Kacic murmurou.

- Pai, eu não vou sair- Yuri falou, me fazendo olhar pra ele.

- Você vai sair sim, moleque! Tá doido? Não me faz meter a maluca aqui no meio desse hospital, não- Letícia falou, tacando o chinelo nele.

Ri fraco, concordando com ela.

- Eu tenho que vingar meu tio e a minha tia, mãe!- ele negou com a cabeça.

- Tu não tem que vingar ninguém- falei- fruta podre, cai sozinha. Tu não se mete, Alemão! Se eu souber que tu tá armando emboscada pra esses filhos da puta, bagulho vai ficar estreito pro teu lado!

Ele bufou, assentindo.

Yuri sempre foi mais metido a macho, mas sempre me respeitou igual! Se eu cismar que 2+2 é 5, ele acata e não retruca.

Criei bem esse daí.

...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora