Minha mandraka!

67°

Sexta, véspera de natal, 12:35...

Eduarda

- Sozinho, tia- sorriu, sem graça.

Micael não tem família, nunca teve. Cresceu em lares de adoção, fugiu de lá com 16 anos e veio aqui pro morro. Assim que chegou aqui, começou a trabalhar pro meu pai.

- Sozinho nada, vem pra cá- sorriu.

- Tem certeza? Não vou incomodar? Natal é mais pra família- coçou a nuca.

- Você sabe que também faz parte da família, vem- insistiu.

- Suave então, quer que traga alguma coisa?- perguntou

- Dois whisky- meu pai gritou da cozinha.

- Não precisa trazer nada, ignora o Diogo- falou, voltando pra cozinha.

- Olha esse, xia- me mostrou um laço, enquanto brincava com os outros.

Ela estava bem entretida.

- Você gostou?- perguntei.

- Goxtei- assentiu.

Coloquei ele separado com as outras coisas que eu tinha certeza que compraria.

- Eae, Eduarda? Me responde- cutucou meu ombro.

- Você é chato, em?- ri- eu não sei, simplesmente não sei- falei.

- Como não sabe, pô? É só dizer sim e já era- sorriu.

- Me ajuda a escolher as coisas da Larissa, mais tarde a gente resolve isso- falei, separando duas calças.

Ele segurou firme a minha nuca, me beijando.

Do nada assim?

- Agora eu recebo um sim?- sussurrou, afastando nossas bocas.

- Agora você recebe um "me ajuda a escolher as coisas da Larissa"- falei.

Ele riu, me ajudando.

Peguei de tudo: roupas, calçados, perfumes, acessórios. Quero a Larissa bem menininha hoje a noite.

- O dinheiro tá certinho, né?- perguntei, após entregar o valor dos produtos pra ele.

- Sim, senhora. Te vejo mais tarde?- acariciou minha bochecha, segurando as bolsas.

- É claro, né. Você vai passar a noite aqui em casa- ri.

- É isso então! Tchau, gatinha- bagunçou os cabelos da Larissa- tchau gatona- me abraçou, logo saindo.

Sorri, colocando a Larissa pra assistir desenho enquanto eu ia subir as coisas dela pro quarto de hóspedes. Meus pais concordaram em arrumar ele pra ela, já que ninguém fica lá.

...