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Sábado, 12:33...

Letícia

- Você estava sofrendo um aborto espontâneo, provavelmente causado por estresse, alguma pancada forte na sua barriga, carregamento de peso ou o uso indevido de álcool e drogas- avisou, anotando algo na prancheta.

- Aborto? Eu tô grávida?- murmurei, sem entender.

- Tá sim, de dois meses- sorriu- seu marido falou que vocês não sabiam ainda, certo? Talvez por isso não estavam tomando o devido cuidado- assenti, sentindo o DG beijar minha mão- sua gravidez é de risco, então é preciso tomar muito cuidado e fazer muito repouso- avisou- tomar bastante água, fazer o possível pra evitar infecções. Fazer o acompanhamento certinho com um pediatra- checou a prancheta- e acho que é isso, você já tá de alta, então podem ir embora assim que quiserem- sorriu, saindo.

- Eu tô grávida, como assim?- minha boca estava aberta em um perfeito "o".

- Amor, a gente vai ter mais um pivetinho- sorriu- já consigo até imaginar ele correndo pela casa, chorando de madrugada- disse, animado.

- Ai, pq eu não engoli?- afundei minha cabeça no travesseiro, fazendo o DG rir.

- As crianças vão crescer tudo com idade próxima né, isso que é o bom- ele dizia, enquanto saíamos do postinho.

- Eu, sinceramente, não consigo ver esse lado bom que você tá vendo- ele me olhou, fazendo careta.

- Para de ser chata, mais um bebê pra tirar nossa paciência e trazer mais felicidade pra nós. Só coisa boa- abriu a porta do carro pra mim.

- Meu Deus, amor- ri.

- Nós vai almoçar lá na minha vó, suave? As crianças tão lá já, minha mãe levou elas- avisou, entrando no carro.

A vó dele, que até ontem morava com ele, ficou com a casa que eles moravam. A mesma casa que ele morou com a Cíntia, meses atrás.

- Tá bom, mas passa em casa antes. Quero tomar um banho- ele assentiu, dirigindo pra nossa casa- oq sua vó vai fazer de comida?- perguntei, curiosa.

- Lasanha- sorri.

É meu prato preferido.

- Que linda- ri.

- Contei pra ela e pra minha mãe da tua gravidez, as duas tão mó animada em ter mais um neto- sorriu, acariciando minha coxa.

- As crianças já sabem?- perguntei- digo, a Eduarda. Eduardo nem entende ainda, tem só 8 meses- fiz careta.

- Não, deixei pra tu contar- sorriu.

- Ela vai adorar, ela amou quando eu contei do Eduardo- falei.

- Vai ter que arrumar o quartinho do bebê já né, falta só alguns meses pra ele chegar- falou.

- Faltam uns 7 meses ainda, amor- ri.

- Será que é menino ou menina?- acariciou minha barriga.

- Oq você acha?- perguntei.

- Espero que seja moleque, pra jogar bola comigo e o Eduardo- sorriu.

...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora