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Sexta, 11:33...

Eduarda

Ainda estava escuro, devia ser umas quatro horas quando saímos do morro. A casa de praia do meu pai fica em Búzios, no Rio de Janeiro mesmo. Sabe aquelas casas que a varanda é sob a areia? Então, a casa dele é assim! Super linda, no estilo casa americana. Viemos de carro mesmo, minha mãe e a tia Carol revezaram no volante e em questão de 3/4 horas chegamos aqui.

Nós chegamos, largamos tudo na casa e descemos pra praia, já que o nosso suor que escorria estava implorando por isso!

Viemos pra passar o ano novo aqui (que já é amanhã!), e vamos embora somente na próxima semana.

Veio apenas eu, Larissa, minha mãe, Estela, tia Carol, Luiza e meu pequeno Luan, que completou 6 meses semana passada. Seria o réveillon das meninas+Luan.

Tio Kacic e tio Lima choraram, implorando pra vim. Mais um pouco, e nós teríamos deixado por pena.

- Não consegui dormir nada sem tu aqui, papo reto- MK estalou a língua do outro lado da linha.

- Eu dormi igual uma princesa a viagem toda- debochei, afundando meus pés na areia da praia.

- Filha da puta! Tô aqui igual zombie pô, não consegui pregar o olho até agora- bufou.

- Tem calmante no armário do banheiro- falei em tom de brincadeira.

- Meu calmante é maconha, filha. E nem isso deu certo!- ri- tu ri, né, filha da puta? Certinha você!

- Eu sei que tô- falei.

- Pô, amor, me deixa encostar pros lado daí- pediu.

- Não, já falei que essa semana é só as meninas- expliquei pela vigésima vez.

- Cadê a Larissa? Mó saudade dela já- perguntou.

- Tá aqui, correndo de um lado pro outro- ri, olhando ela correr atrás de um menininho.

- Chama minha pivete aí, deixa eu falar com ela- estalou a língua.

- Você não sabe oq ela veio me perguntar hoje de manhã, assim que acordou- falei, me recordando da conversa que tivemos hoje pela manhã.

- Conta aí, fofoqueira- riu.

- Ela me perguntou se podia te chamar de pai, aí eu falei que era pra ela conversar sobre isso com você- expliquei.

- Tá de marola? Claro que ela pode me chamar de pai, pô! Pai dela e do Luan é eu mermo, tu tá ligada e fica se fazendo de doida- murmurou.

- Eu fiquei feliz em ver que ela gosta de você e sente confiança em você a esse ponto, sabe? Pra te considerar um pai- falei, me aproximando da Eduarda.

- Nem fala! Tô aqui alucinado com essa parada aí, minha cria memo!- riu- depois eu quero ter um teti a teti com ela sobre isso, pessoalmente.

- Filha, o MK quer falar com você- avisei, parando ao lado dela.

- Oi, tio- pegou o celular da minha mão- mamãe tá cuidando bem da gente sim... Luan tá em casa, dormindo com a tia Carol...a gente tá com saudade também... sério?- abriu maior sorrisão- tá bom! Eu quero bolo de chocolate, tá? E aquele sorvete de morango que eu gosto- colocou a mão livre na cintura- tchau, titio- mandou beijo, me devolvendo o celular.

Essa menina só sabe pedir comida, Deus me livre.

- Casa fica mó vazia sem vocês aqui- murmurou.

- Você que lute- sorri- beijo, amor. Tenho que desligar- avisei- tá passando uns gatinhos aqui!

- Mec!- nem me dei o trabalho de encerrar a chamada, já que ele mesmo fez isso.

Ri, voltando pra perto das meninas.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora