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Três meses depois, terça, 13:56...

Diogo

- Vida...- Letícia veio descendo a escada só de biquíni, com a mão na barriga.

Ela agora só anda assim dentro de casa, tá achando que a casa virou parque aquático.

- Solta a voz- sorri, sentado com o Eduardo no colo.

- Eu tô pensando na festa de aniversário da Duda, acho que vou fazer só um bolinho em casa pra gente- se aproximou.

- Tá louca? É os 7 anos dela, Letícia. Tem que ter festão- falei- e vai ser junto com os 20 do Jhonatan né? Tem que ser uma festa do caralho- ela me olhou, negando com a cabeça.

Eduarda faz aniversário sábado, e Jhonatan sexta. A festa dos dois seria junto.

- Não, só um bolinho. Não quero muita gente aqui em casa- sentou no sofá, ao meu lado.

- Aluga aquele salão da rua 16- dei de ombros.

- Mamã- Eduardo pulou, querendo ir pro colo dela.

Ele já consegue andar, mas falar ele tá começando agora. Fala algumas palavras só, e repete oq a gente diz.

Parece um mini papagaio.

- Oi amor de mãe- pegou ele, sorrindo- não vou alugar salão- falou.

- Vai sim- dei um selinho nela.

- E olha só, semana que vem eu vou pra São Paulo resolver umas coisas da loja. O Jhonatan e a nova namorada feinha dele vão comigo, mas eu não vou poder levar os meninos- avisou- vou ficar uns 10 dias fora.

- Tá bom, eles ficam comigo- sorri.

- Eu vou levar um, qual você prefere cuidar?

- Tanto faz, amor- dei de ombros- por mim, tu pode deixar os dois.

- Vou levar a Eduarda, então- assenti- vou ir segunda.

Eduardo já não mama mais no peito, é só na mamadeira e comida amassada. Suave cuidar dele.

- Tranquilo- murmurei, sentindo meu celular vibrar no meu bolso.

- Quem é?- Letícia olhou desconfiada.

Peguei o telefone, atendendo a ligação após ver que era do Lima.

- Fala, filhote. Qual foi?

- A carga não tava chegando, irmão. Aí eu fui atrás. Pista tá cheia de polícia, levaram nossa droga toda e ainda prenderam uns homens nossos- falou- tô subindo a favela agora, vou pra biqueira ver se consigo resolver pra nós pegar mais mercadoria- suspirei.

- Tá suave, tem problema não. Nós conquista o dobro- murmurei.

- Oq houve?- Letícia perguntou.

- Problema na biqueira, nada de importante- falei.

Nunca gostei de levar problema do morro, pra casa. Bagulho da favela, eu resolvo na boca! Não vou ficar arrumando perreco com a minha mulher, por causa de problema que não tem nada haver com ela.

...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora