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Domingo, 23:59...

Diogo

- Não é querendo ser intrometido não, mas, qual foi a parada com o teu ex hoje?- olhei pra Letícia.

Já estávamos indo embora, quase chegando no morro. A Eduarda dormia bonitinho no banco de trás e a Letícia tava quase também.

- A Eduarda é uma fofoqueira- riu- ele foi almoçar lá em casa hoje- fez careta.

- Tô ligado. Mas qual a relação de vocês? Tão junto ainda? Tem recaída?- minha voz exalava curiosidade.

- Não, a última vez que eu fiquei com ele foi quando eu engravidei do Eduardo- assenti, mesmo estando desconfiado- ele foi bem babaca depois disso, aí nem pá mais

- Então tu tá solteira? Ou tem mais alguém no toque da naveira?- ela riu.

- Solteira, meu anjo.

Olhei pelo retrovisor, a Eduarda tava babando no meu banco.

- Ela capotou- ri.

- Depois eu pago a lavagem do banco, não se preocupa- arqueei uma sobrancelha.

- Tá loucona, fia? Sou ladrão, se eu quiser arrumar mais quatro desse amanhã, eu arrumo. O banco babado é suave, relaxa que depois eu limpo- parei na barreira, assim que o MK fez sinal pra eu parar.

- Qual foi, moleque?- ele coçou a nuca, olhando pra Letícia do meu lado.

- Pô, patrão, encosta lá na biqueira. Tem parada séria pro senhor resolver- franzi o cenho, assentindo.

- Tranquilo, irmão. Valeu- fiz toque com ele, voltando a subir o morro.

Não demorou e já estávamos de frente a casa da Letícia.

- Obrigado, a noite foi incrível- tirou o cinto, já fazendo menção a sair do carro.

- Agradece direito, quero beijo- sorri, apoiando a cabeça no volante, enquanto olhava pra ela.

- E oq te faz pensar que vai ganhar?- arqueou a sobrancelha.

Endireitei minha postura, cruzando os braços.

- Dei uma noite maravilhosa pra vocês pô, eu mereço- fui irônico.

Ela colocou a mão no meu pescoço e se inclinou, me beijando.

Não durou muito, já que ouvimos alguém bater na janela do carro e nos afastamos.

- Bora Letícia, tá tarde já- balançava o Eduardo.

- Ele tá acordado?- desceu do carro, pegando o filho.

- Acordou mas já dormiu de novo- deu de ombros.

- Eu vou entrar com ele, pega a Eduarda no carro. Tchau, DG- sorriu, entrando.

- Empata do caralho- reclamei com o Jhonatan.

- Ih, pode parando de se engraçar com a Letícia- abriu a porta de trás, pegando a sobrinha no colo.

- Ox, pq? Ela é gata, mina mó meu número- sorri.

- Tu acha que eu não sei do teu histórico, Diogo? Os moleque me contaram já, pode parando esse lance com a Letícia- arqueei uma sobrancelha, olhando ele bater a porta do carro.

- Que histórico?- cruzei os braços.

- De chifre, Zé buceta do caralho- murmurei um "ah".

- Elas não eram as certas- me defendi- e elas também me chifraram. Não foi babaquice minha, foi reciprocidade.

- A Letícia também não é a certa pra tu, comédia. Pega tua reciprocidade e vai tomar no meio do teu cu, bem longe da minha irmã- me deu dedo, entrando em casa.

Dei risada, indo pra biqueira.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora