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Sábado, 21:40...

Diogo!

- Tu me tirou do fundo do poço, Letícia! Eu tenho uma gratidão enorme por você, papo reto mermo. Muito obrigado por tudo, por tanto. Você é uma mãe incrível pros nossos filhos, e é uma mulher incrível comigo. Você é guerreira, é trabalhadora, merece tudo de bom que a vida tem pra te oferecer- funguei- e mesmo com tudo isso, você escolheu se privar do mundo e ficar comigo. Oq eu tinha pra te oferecer quando nós se conheceu, Letícia? Porra nenhuma! Eu era um merda, mó noiadinho e pá. Só pensava em luxar e gastar dinheiro atoa, um dinheiro que eu nem tinha! Tu que segurou minha mão e cresceu fortão junto comigo! Eu não poderia ter escolhido mulher melhor pra viver a minha vida, amor- sussurrei, abraçando ela- cuida dos nossos filhos, por favor, por mim- olhei pra cima, já vendo a fuzil mirada na minha direção por cima do muro.

Me afastei da Letícia, pra que ela não se machucasse também.

- Vovô!- a Larissa veio rindo pra perto de mim.

Funguei, abaixando pra falar com a minha neta.

- Lari, pega o seu irmão e vai lá pra dentro- pedi- só sai de lá quando a vovó mandar, tá bom?

- Te amo- me deu um beijo na bochecha, se afastando- vem Luan- ela chamou, correndo pra dentro de casa com ele.

Enquanto eu me levantava, ouvi um disparo.

Virei com tudo, quando vi que a bala não chegou em mim.

- Não! Carol, amor- o Jhonatan chorou, correndo pra perto dela.

Ela pulou na frente da bala.

Ela tentou me salvar.

Ela fez isso.

Por mim.

- Vai pra cima- gritei, já vendo os sinalizadores sendo lançados contra o céu.

O segundo disparo foi feito, e quem entrou na frente foi o Jhonatan.

Ele caiu no chão junto cm a Carolina, agonizando com o tiro no pescoço.

O tiro da Carol foi no peito, bem no coração.

- Não!- a Letícia tentou correr pra perto- meu irmão, o meu irmão, porra!- ela gritou, chorando- minha amiga! Minha amiga, meu Deus.

- Amor, vai pra dentro- mandei, puxando ela de perto dos corpos sem vida.

- Vai pra dentro, DG. Nós sustenta- Lima mandou- tu tem que viver, nós não pode perder três em um só dia!- tirou o fuzil das costas com fogo nos olhos, atirando sob o cara que matou meus cunhados.

Terceiro disparo, e nesse não teve jeito.

Foi em mim, no peito. Bem na porra do peito.

- Me leva junto, meu Deus- a Eduarda gritava do outro lado do quintal.

- Amor, calma- Letícia abaixou ao meu lado, colocando minha cabeça no colo dela- CHAMA A AMBULÂNCIA, LUIZA- gritou.

Meus olhos pesavam, tava foda manter eles abertos.

- Letícia- falei, com dificuldade- cuida de tudo pra mim- sussurrei, fechando meus olhos.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora