Minha mandraka!

45°

Terça, 11:33...

Terror

Hoje seria a primeira consulta da Eduarda com o cara lá que cuida de bebê, e infelizmente eu não poderia ir com ela por que a zona sul tá lotada de gambá! Tava no mó neurose por causa disso, louquinho pra ver minha pimpolha.

- O Eduardo já tá vindo pra me levar, relaxa- me deu um selinho- ele tem o nome limpo na pista!

- Grava tudo pra me mostrar depois- falei, dando um selinho nela.

Ela riu, assentindo.

Me despedi dela, subindo pra biqueira.

- Oi, amor- a puta da Luiza pulou na frente da minha moto.

- Tá loucona? Da próxima eu passo por cima- falei.

- Adivinha só, me mudei pra cá- se aproximou.

- Tenho nada haver com isso não, filhona- dei risada- segue teu rumo!- acelerei, passando por ela.

Tô cheio de paciência pra piranha, ó, tá até transbordando!

- Eae- DN acenou, parado na frente da biqueira.

- Fala tu cuzão, que história é essa que tem puta do morro do DG, morando aq?- fiz toque com ele, que riu.

- Luiza né? Tô ligado, alugou a casa da tia Márcia lá na rua 3. Tá doidinha pra arrumar caô com a Eduarda! Já veio aqui na biqueira umas duas vezes hoje, atrás de tu- me passou o beck.

- Se arrumar treta com a Eduarda, tá fudida na minha mão- falei- puta nenhuma tira a moral da minha mulher!

- Tua irmã me falou que ela tá buchuda, é verdade?- perguntou.

- É papo, mano! Foi lá agora com o Eduardo, fazer uns exame lá pra ver nossa piveta- sorri.

Ficamos alí conversando um tempo, até a Eduarda me ligar.

- Caíque...- riu.

- Fala, gata- sorri- descobriu o sexo?

- Não! O médico falou que ela tava de pernas cruzadas, aí não deu pra ver- bufou.

- Sinal que minha filha não vai sair distribuindo a buceta pra qualquer um- falei.

- Eu tô de três meses já, quase quatro- falou.

- Suave, vai demorar pra vim pra casa?- perguntei, entrando na minha sala e fechando a porta.

- Acho que vou ficar lá na casa da minha mãe hoje.

- Vai vim morar comigo nunca, Eduarda? Tu tá grávida já pô, hora de casar- falei.

- Eu não sei, não é melhor esperar mais um pouco?- perguntou, apreensiva.

- Esperar até segunda é pra quem quer parar de fumar, Eduarda! Ficar indo de um morro pro outro contigo grávida, não vai dar certo!- cocei a nuca.

- Olha, depois a gente conversa melhor sobre isso, tá? Eu preciso desligar- falou.

- Vai lá! Eu te amo- murmurei.

Ela ficou em silêncio, provavelmente assustada. Nunca tínhamos dito que amávamos um ao outro.

- É...- coçou a garganta, nervosa- tchau!- desligou.

Dei risada, negando com a cabeça.

Malucona!
...