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Meses depois, sábado, 20:00...

Diogo

Eu sempre acreditei nessas parada da bíblia, saca? Sempre acreditei que Deus fez a gente com um propósito, e que a gente veio a terra com uma missão.

Mas o pica dessa história, é que um dia tua missão vai se cumprir. E nesse dia, irmão, tu vai subir.

E quando tu subir, tu vai ficar longe de tudo que tu ama. Vai ficar longe da tua família, dos teus amigos, da tua casa. De tudo.

A morte não avisa, não manda recado e muito menos tem dó de você. Se ela tiver que te arrancar desse mundão a força, ela te arranca.

- Que foi, amor?- a Letícia acariciou meu rosto, sorrindo.

Passei a mão pelo tecido azul do vestido dela, negando com a cabeça.

- Nada não, amor- sorri, disfarçando.

Eu não podia falar pra minha mulher que eu tava sendo jurado de morte, né. Colfoi?

Mas, eu sou ruim, não chegou minha hora de cantar pra subir ainda!

- Sei- cerrou os olhos, desconfiada- vem, eles vão descobrir se é menino ou menina agora- sorriu, me puxando pra área da piscina.

Chá revelação da Eduarda!
Mas, isso aí é só caôzada. Geral já tá ligado que é uma pirralha mermo na parada.

Mentira, todo mundo acha que é moleque. Porém, de acordo com as minhas paranóias e as paranóias do MK, é uma guria.

- Mais uma netinha pra conta- sorri, assim que a fumaça rosa começou a pairar no ar.

- Mais uma netinha pra conta- Letícia confirmou, sorrindo.

Olhei em volta, sorrindo ao notar o quão unida a minha família estava.

Meus filhos já tudo criado, minha mulher felizona, os irmão e as cunhada só no love também.

Papo reto, me senti grato demais quando notei a felicidade de geral.

Esse era o meu propósito, construir uma família onde a base de tudo fosse o amor e a confiança.

E eu consegui!

Sabe o quão gratificante é isso? Chega a ser surreal.

- Vovô! Eu vou ter uma irmãzinha- Larissa veio correndo e pulou no meu colo.

Sorri, segurando ela.

- Também quelo, também quelo- Luan se aproximou também, tropeçando nos próprios pés.

Peguei um em cada braço, sorrindo pros meus netos.

Eles são o meu legado.

- Vovô ama muito vocês- falei, sentindo um calafrio percorrer minha espinha e todo meu corpo se arrepiar.

- Ama muito, vovô?- Larissa perguntou, desconfiada.

Ri, abraçando eles fortemente.

- Muito! Cuidem da vó de vocês- sussurrei, dando um beijo na testa de cada um deles.

Os coloquei no chão, caminhando até a Eduarda e o MK, que se abraçavam.

Eduarda tá pique mulher do MC Poze, novona e cheia de pirralho.

- Filha- acariciei seus cabelos.

Ela rapidamente me abraçou, chorando.

- É uma menina, pai- ela sussurrou, chorando- boquinha do caralho essa sua- riu.

- Eloá- olhei pro MK, que nos encarava- ela vai se chamar Eloá!

- Eloá- MK sorriu, desviando o olhar- soberana, generosa, amorosa, gentil e responsável- riu fraco.

- Filha, deixa o pai te falar uma coisa- segurei o queixo da Eduarda, erguendo o seu rosto- eu amo muito você e amo muito esse bebê que tá na sua barriga, assim como eu amo a Larissa e o Luan. Vocês são a razão da minha vida, tá? Não sei oq faria sem vocês comigo, sem tua mãe e teus irmãos- acariciei o cabelo dela- mas, quando eu não tiver mais aqui, eu preciso que você cuide da família pra mim!

- Pai, para de falar besteira- ela murmurou.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora