Minha mandraka!

21°

Madrugada de sábado pra domingo, 02:00...

Diogo

Vesti o short e a cueca que a Letícia tinha trago pra mim, fazendo careta por conta da cueca que tava meio apertada. Ela era nova, tava na embalagem e tudo. Mas tinha sido comprada pro Jhonatan, e ele é mais magrinho que eu. Por isso, ficou meio justinha demais.

- Vai tomar banho não, fedida?- saí do banheiro, olhando a Letícia subir as escadas.

- Vou sim, só tinha ido desligar as coisas lá de baixo- riu.

- O moleque tá aí em tempo de cair, Letícia- neguei com a cabeça, quando a segui pro quarto e o moleque tava sozinho solto na cama dela.

- Cai não, coloquei travesseiro em volta dele- murmurou, mexendo no guarda-roupa.

- Tua mãe é desnaturada- ri, brincando com o Eduardo.

- Vou tomar banho, olha ele- avisou, entrando no banheiro do quarto.

Deitei na cama, colocando ele sobre a minha barriga. Fiquei fazendo carinho nele, não demorou pro mesmo dormir no meu colo.

- Ele dormiu, é?- saiu do banheiro com um pijama rosa bem curtinho e o cabelo preso, minutos depois.

- Sim- sorri.

- Vou colocar ele pra dormir no berço, peraí- pegou o Eduardo no colo, saindo do quarto.

- Posso te perguntar uma parada? Tô agoniado com essa parada desde ontem, me mordendo de curiosidade- me endireitei na cama, inquieto quando ela voltou pro quarto.

- Pode sim, oq é?- riu, encostando a porta.

- Oq o pai dos moleque fez pra tu?- cruzei os braços.

Ela suspirou, apagando a luz e vindo deitar comigo.

- Ele me pediu pra abortar, falou que não queria ser pai de novo. Me chamou de interesseira, mercenária, fora outras coisas. Disse que eu tinha engravidado do Eduardo só pra pegar mais dinheiro dele, sendo que eu nunca fiz questão de pedir nada pra ele. Sempre sustentei a Eduarda sozinha, nunca pedi a ajuda dele- sussurrou, deitada no meu peito- depois disso eu não quis mais saber dele, até pouco tempo atrás ele também não tava nem fazendo questão de ver os filhos. Aí, agora, apareceu querendo voltar a ver as crianças. Ontem já foi o segundo domingo que ele almoçou aqui em casa. Eu libero mais por causa da Eduarda, ficar perto dele me dá ânsia.

- Tendeu, é foda...- murmurei, sem saber oq falar.

- E você?- me olhou, curiosa.

- Eu oq?- ri, fazendo carinho nela.

- Tem nenhum filho, não?- cocei a nuca, pensando se falava ou não.

- Tem uma doida aí, que tá grávida e diz ser meu- abri o jogo- mas acho que não é meu não, ela dá pro morro todo e foi engravidar logo de mim? É azar demais.

- Vai, bobo. Come puta mesmo- riu.

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