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Domingo, 12:50...

Eduarda

- Eu vou lá na cozinha pegar as carnes que tá faltando ainda. Bora lá me ajudar, Carol?- tio Jhow sorriu, todo cínico.

- Vai lá, amor- Marcinho falou- eu termino de cortar essas daqui- puxou a faca da sua mão.

- Não! Eu vou ficar aqui! Ajuda ele você, Letícia- olhou pra minha mãe.

Minha mãe riu, mas, foi.

- Cê tá bem? Tá estranha- Marcinho olhou pra tia Carol.

- Eu vou lá ajudar eles- sorri amarelo, correndo pra dentro de casa também.

- Tá na sala de tortura ele, quase morto já- meu pai falava, quando eu entrei na cozinha.

Estavam presentes na cozinha: meu pai, minha mãe, Yuri, tio Kacic e tio Lima.

Acabei esbarrando no armário e derrubando a caixinha de remédios, fazendo todos me olharem.

- Achei que cê tava lá fora- tio Lima falou.

- Eu só vim pegar um remédio pra dor de cabeça- falei, destacando um calmante da cartela- pega água pra mim, por favor- pedi pro Yuri, que estava ao lado da geladeira.


Ele assentiu, pegando e me entregando a garrafinha.

Bebi metade da garrafa em um gole, junto com o remédio.

Minhas mãos tremiam de saber que eles falavam do Caíque e minhas pernas estavam bambas. Tive que me segurar no armário, pra não cair.

- Que foi, Eduarda?- tio Kacic estreitou os olhos pra mim.

- Me ajuda a deitar nas cadeiras lá fora, por favor- pedi.

- Você não tá se sentindo bem?- minha mãe colocou as costas da mão na minha testa, na tentativa de medir minha temperatura.

- Tô um pouco fraca, acho que minha pressão caiu- falei.

- Oq é isso que você tomou? Que remédio que era?- perguntou, abrindo a geladeira.

- Diazepam- ela virou com tudo, de olhos arregalados.

- Você tá doida? Você tá com a pressão baixa e tomou diazepam, Eduarda? Quer morrer?- brigou.

- Calma, amor- meu pai falou- vai deitar lá fora, que eu vou levar um bagulho pra tu comer- beijou minha testa- deita na sombra, nada de sol!

Assenti.

Tio Kacic me ajudou a andar pra área da piscina novamente, e colocou uma espreguiçadeira na sombra pra eu poder deitar.

- Bebe isso- Yuri estendeu um copo pra mim e colocou uma jarra no chão, ao meu lado- o pai tá fazendo um pão pra tu, ele já trás- puxou uma cadeira, sentando perto de mim.

- Oq é?- segurei o copo.

- Suco de laranja- respondeu.

Assenti, bebendo.

- Ó minha princesa, come tudo- meu pai colocou o prato sobre meu colo.

Abri maior olhão pro exagero dele.

- Eu não vou comer 4 pães, pai!- ri.

- Vai sim, eu não quero que sobre nem um farelo nesse prato- tio Lima passou por nós, me jogando uma barra de chocolate- pra adoçar a boca- sorriu.

É muito mimo, não dá.
...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora