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Segunda, 20:20...

Letícia

- Pq você tá falando que eles são seus filhos?- sussurrei só pra ele.

- Tu é minha mulher, tuas cria são minhas cria também e já era- entrelaçou nossos dedos.

Dei um gole no meu suco de laranja, fingindo que aquelas palavras não tinham mexido comigo.

- Mãe- veio correndo novamente- cadê meu irmão?- olhou em volta.

- Tá dormindo no quarto da tia Gabi- olhei de rabo de olho o Diogo apagar o cigarro e jogar atrás do sofá, fingindo que nada tava acontecendo.

- Agora eu posso chamar o tio Diogo de pai é?- sussurrou, desentendida.

- Pergunta pra ele, filha- respondi, me acomodando ao lado do mesmo na poltrona.

- Que foi, gatinha?- ajudou ela a subir no seu colo.

Ela o abraçou, sussurrando no seu ouvido.

Ele logo sorriu, apertando ela no abraço.

- Eu sou teu pai, pimpolha. Tô agindo igual um nessas últimas semanas, não tô?- falou baixinho, mas eu ouvi.

Ela assentiu, com a cabeça enterrada no pescoço dele.

- Então é isso filhona, já era. Tem erro não- sorriu pra ela, entrelaçando sua mão com a minha.

- Olha seu filho chorando lá ó, vai ver ele- ri, ouvindo o choro do Eduardo.

- Vida de pai não é fácil- levantou, indo.

- Meu pau pra tu- Tubarão deu dedo pro Ryan.

- Olha ele, todo reluzente- Ryan puxou o braço do mesmo, verificando o relógio- coisa boa em.

- Presente da chefinha alí- apontou com a cabeça pra mim.

- Na verdade, foi o DG quem comprou- ri fraco.

- Foi tu que escolheu, não foi?- assenti- então é presente teu e já era, ele que se foda.

- Me respeita- chegou com o Eduardo no colo, dando um tapa na cabeça do amigo.

- É isso mermo Zé buceta, tá achando ruim me mama- dei risada.

Parece duas crianças.

- Come cuzão- Caveira estendia uma pimenta vermelha enorme pro DG, que negava.

- Nem fodendo- negou.

- Meu pai Vitor adora pimenta dessa- Eduarda sorriu sapeca.

Olhei pra ela e cerrei os olhos.

Pai dela sempre odiou comida picante! Nunca colocou uma pimenta que seja na boca.

- Me dá essa porra- pegou, entregando o Eduardo pra um dos caras segurar.

Em questão de segundos, ele começou a pular cuspindo a pimenta.

A Eduarda rolava no chão de rir.

- Tá fraquinho, em- Tubarão riu.

- Bagulho do caralho, nunca mais chega perto de mim com isso- reclamou, com a boca encostada na torneira.

Ele derramava água na boca e deixava escorrer, em poucos segundos ele estava todo molhado.

- Meu pai nunca comeu pimenta- Eduarda passou por ele, rindo.

- Deixa o Diogo quieto, Eduarda- ri com ela.

- Tô com sono, mãe- coçou os olhos, me abraçando.

- Daqui a pouco nós vai embora, tá cedão ainda- DG acariciou as costas dela.

- Dorme no meu quarto- a filha mais nova do Tubarão, sorriu.


...

Minha mandraka!Onde histórias criam vida. Descubra agora