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Segunda, 18:19...

Eduarda

Novamente, eu estava subindo o morro. Eu estava só de biquíni e shortinho, voltando da praia. O calor ainda estava presente, mesmo o sol já tendo ido embora.

- Eu vou marcar de te ver e não ir, vou te comer e abandonar- eu cantava baixinho.

- Eae cavala, encosta aqui- Eduardo gritou, parado com uns caras do outro lado da rua.

Olhei pros lados, observando se estava vindo carro, e me aproximei deles.

- Oi!- cumprimentei os amigos dele.

Conhecia todos de vista, todos trabalham pro meu pai!

- Salve/oi/eae- todos responderam em sincronia.

Menos ele, o moreno que estava na boca hoje cedo. Ele apenas me olhou, soltando a fumaça da maconha por entre os lábios.

- Bora alí no bar, beber alguma parada- falou pra mim, se despedindo dos caras.

- Aquele moreninho que tava lá, pq ele mudou pro morro?- perguntei, quando nos afastamos- nunca vi ele aqui.

- Que moreno?- deu uma franzida no cenho.

- O que tava sem camisa, com uma tatuagem no peito- falei.

- Ah, o Terror- assentiu, sentando na mesa do bar- mó b.o que deu lá no morro dele.

- Me conta- acenei pra moça do caixa, pedindo um refrigerante.

- Sequestraram a mãe do cara, bateram nela pra porra, papo de estupro coletivo e os caralho- falou- ele foi atrás dela, não achou a mulher em canto nenhum! Fez de tudo, mas não achou. Aí o mano lá, que tinha sequestrado ela, apareceu no morro com ela e disse que só devolvia a tia se ele desse o comando do morro, pra ele- deu de ombros.

- E ele deu?- arqueei a sobrancelha.

- Sim né, Eduarda. Tu queria que ele fizesse oq? Deixasse a mãe morrer?

- É, faz sentido- falei.

- Então porra! Ele encostou pra cá ontem de noite.

- E pq ele tá aqui?

- Ele precisava de um canto né, pra ficar com a mãe dele. Aí veio pra cá, ele é parceiro do pai! Eles tão planejando lá, uma parada pra invadir a favela e ele pegar ela de volta- finalizou.

- Entendi- dei um gole no meu refrigerante.

- Tá muito interessadinha, em- riu- gamou?

- Não, só achei estranho ué. Nunca tinha visto ele por aqui- falei.

- Sei- me olhou desconfiado- ele é putão, vale porra nenhuma- riu- cachorro louco.

- Pq chamam ele de Terror?- perguntei.

- Ele é brabo, mata sem dó memo- negou com a cabeça- se envolve não, Eduarda!

- Eu sei, relaxa- falei.

- Sabe quem ele comeu agora de tarde?- riu.

- Não, quem?- olhei pra ele com curiosidade.

- A Luiza- negou com a cabeça, rindo.

- Credo- fiz careta.

...

Eduardo, 16 anos

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Eduardo, 16 anos. (Herdeiro)

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