Aprecio a paisagem parcialmente arbórea, mais de perto do que eu admirava pela janela de casa e tento manter a atenção no tráfego movimentado enquanto pedalo repetidamente a caminho da orla. Não ter me lembrado da minha bicicleta guardada na garagem há tempos pode ter parecido uma burrice pensando em relação ao dia que conheci o Nathan mas naquele dia eu realmente precisava caminhar, mesmo que tenha me custado um banho de chuva mas sem isso, a essa altura, eu poderia não ter o conhecido porque de bicicleta poderia ter apressado o percurso. Não costumo vir muito para esse lado da cidade, por desviar e ser o caminho contrário pelo qual eu geralmente costumo ir, como a SS, o Olly's, o supermercado e pelo visto, a casa do Nathan mas também é um dos lados mais bonitos da cidade: temos a orla pavimentada, muitas árvores por todo o percurso e o evidente mar que nos acompanha por toda a extensão e vai além. Finalmente chego a orla mas não ao ponto onde o Pet havia sugerido, já eu que já tinha dito o horário e o local mas não o ponto de encontro e sigo pela via ciclística da orla a caminho agora, do quiosque sugerido pelo Pet, onde eu esperava que ele já estivesse a minha espera. A bela vista e tão próxima do mar me distrai durante a demorada pedalada, pela via estar menos movimentada do que a avenida e observo as ondas que quebram a alguns pés da areia enquanto a brisa me impulsiona a pedalar mais sem me importar com o calor radiante do sol. De longe, eu já pudia enxergar o quiosque instalado a alguns passos da areia mas ainda não podia reconhecer as quatro pessoas que sentavam de costas para minha direção nas banquetas altas de madeira e me aproximo mais, conseguindo ter uma visão mais nítida das pessoas, encostando minha bicicleta em uma das colunas de sustentação antes de tomar o lugar ao lado do Pet.- Olha que chegou cedo! Está muito tempo esperando? - encostamos nossas bochechas em sinal de beijo e dando um abraço em seguida, negando à minha pergunta.
- A Kim já deve aparecer. Antes de desistirmos de esperá-la e partir para a areia. - o Pet diz enquanto eu aprecio a brisa fresca que sopra, juntamente da sombra e respiro mais calmo do que de quando eu estava a pedalar. - Você quer? - ele aproxima a lata de refrigerante para mim, me oferecendo. Eu pego outro copo americano e me sirvo pela metade, bebendo até onde eu posso, pelo gás e por estar muito gelado me fazer parar pelo incômodo na garganta.
- Adorei sua blusa. Isso que eu chamo de estilo. - eu digo ao analisar a sua camisa baby look preta com um grande triângulo rosa invertido no peitoral, a sua bermuda jeans DIY com duas grandes aberturas em cada uma das coxas e com desfiamento nas pontas e com um chinelo drifter preto básico.
- Obrigado. E essa sandália? Eu amei muito! - ele comenta e estendo o pé para mostrar a minha sandália com fivelas de ajuste, no mínimo, ousada aos olhares mais conservadores. - Ter estilo é muito mais do que seguir tendências e ter no armário uma variedade de roupas de grife porque ser queer é ir contra todos esse segmentos de moda. Expressão de gênero também é arte.
- Com certeza. Você sabe que eu tenho estilo meio queer. Mas é aquilo, o quanto mais óbvio eu puder ser para a sociedade, eu não vou ser. - eu digo por sempre preferir, assim como percebo muito frequente no estilo dele e no seu vestuário, além de combinar cores e estampas, a necessidade de mesclar elementos no meu modo de vestir, quase como uma crítica, ou uma referência ou uma sátira para questionar costumes e tradições sexistas de gênero que permeiam o mundo das vestimentas. Enquanto o quebrar do mar e a nossa conversa empolgante é tudo ao que podemos nos atentar, mesmo estando a três banquetas de distância, risadas paralelas a nossa providas de conversas paralelas a nossa podem ser ouvidas e tomam nossa atenção por serem contínuas e por parecerem exprimir muito mais do que a reação natural a uma boa piada.
- Você sabe o que isso pode significar... Somos meramente a graça para "alegrar" a vida patética desse povo tão infeliz. - o Pet comenta comigo, se inclinando e sussurrando enquanto os três rapazes que estão ali, sorridentes e interativos até demais, como se suas vidas fossem bem sucedidas, cochicham e miram o olhar para nós, me fazendo pensar que a minha hipótese otimista seja completamente surrealista. Lançamos de volta um olhar inexpressivo por eles não possuírem nenhum atrativo para que possamos devolver o olhar com o mesmo interesse enquanto as insinuações e os gestos subliminarmente sugestivos não param partidos deles.
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Apenas Segure A Minha Mão
RomanceCalvin Minsky é um garoto de 17 anos, promissor mas que ainda não enxerga em si potencial e está afundando em seus próprios dilemas emocionais. Sendo filho único e sem uma figura paterna presente dentro de casa, tem de conviver com sua mãe autoritár...