O caminho para casa é mais pacífico, emocionalmente falando e é libertador, para os meus pés principalmente, já que eu não posso me despir da ausência que machuca e da saudade mas que agora é encarada por mim com plenitude e maturidade e todos parecem seguir o mesmo conceito, a porta da minha casa é o destino final e descemos na nossa parada.- Aproveitem tudo. Está tudo muito lindo. - a Kim diz, para provocar a curiosidade do Calvin sem saber do que preparamos, ou melhor ela, e sorrio, apertando suavemente seu ombro e mostrando que estava por trás de mais uma das surpresas tramadas para ele. O meu carro é estacionado e todos seguem no outro carro por terem recusado o convite de entrar, nos despedimos brevemente por cima dos vidros e mais uma vez a buzina anuncia a partida e acenamos incessantemente até o carro se desfazer no borrão do horizonte. Estamos à porta de casa, agora somos nós dois, trazemos as bagagens para dentro de casa, deixamos nossos pertences de escanteio na sala e observamos a boa ordem da casa e a limpeza bem engenhosa. Alguns móveis e outras coisas foram movidas de lugar por lembrar a posição original deles mas longe de isso ser um problema, melhorando até a locomoção e tornando a sala mais larga e o Calvin observa atento como se fosse um jogo dos sete erros, percebendo essas mudanças também baseado na sua memória afetiva.
- Nossa, a Kim e o Pet fizeram um milagre por aqui. Tudo parece mais extenso e espaçoso e tão bem calculado, não como se tivessem enfiado uma mesa no banheiro e uma pia no meio da sala. Ele segue direto para o quarto na frente, ele abre a porta normalmente mas com a ansiedade tomando conta assim como a mim e para que sinta toda a dedicação para ele. Adentramos na baixa iluminação do quarto, sem que eu precisasse cobrir seus olhos e nos admiramos com a decoração improvisada mas muito linda que eles prepararam para a gente, uma verdadeira deixa de boas vindas para que nos sentíssemos verdadeiramente em casa novamente. As velas pequenas queimavam e iluminavam mantendo a ambiência romântica, pelo chão e por cima da mesa de cabeceira, as janelas foram cobertas com lençóis e presos de uma forma que impediam a entrada de luz mas de uma forma elegante, a cama também está com forros trocados, sobre ela tem fotos nossas, em casal e juntos com eles também, impressas e que com certeza serão emolduradas e no chão e colados na parede, há balões vermelho e branco com escritos de amor, que agregam a decoração.
- Foi difícil manter essa surpresa para você em segredo até voltarmos mas não se devo chamar assim porque isso realmente também me pegou de surpresa. É simplista mas transmite a honestidade do sentimento. O pouco para a gente já é o suficiente porque o excesso não cabe, fere e talvez pode não ser o bastante.
- Você tem se superado tanto nessa narrativa de se provar tão romântico para mim... Eu já estava convencido desde o início mas você sempre me surpreende e em realidade, você me faz viver uma utopia que antes eu julgava impossível e faz mesclar meus pensamentos entre estar com os pés firmes em terra e a cabeça nas nuvens em uma aventura romântica. Obrigado por me fazer embarcar nessa viagem e me fazer não desistir todos os dias de não abortar desse passeio. Te amo, Peter Pan. - suas mãos agarram minha cintura e se entrelaçam no fim das minhas contas e minha reação é beijá-lo na cabeça, onde ele foi mais ferido, fosse fisicamente ou psicologicamente e em seguida, ergo o seu semblante com o dedo em seu queixo e lhe dou um delicado beijo.
- Também te amo, Sininho. Meu fiel companheiro que fez tudo acontecer e me fez acreditar nessa ótica de enxergar a catástrofe se transformar em um capricho das imaginação e fugir comigo para essa realidade de maravilhas. - digo, pausando o estendido beijo por precisar olhar no fundo dos seus olhos e que minha declaração alcançasse a sua alma e que minha profundidade fosse compreendida, mas nunca medida. Ele também me fita sem curvar mas logo desprende a atenção de mim e também as mãos que me circunferiam, e segue para o guarda-roupas, onde está o meu celular onde deixei na primeira prateleira e o som portátil, provavelmente sendo da Kim cujo esqueceu aqui e traz, já conectando com o meu celular e rolando a tela pelas minhas músicas. Põe o celular e o som sobre a nossa mesa de cabeceira e a acústica criada aqui é confortável pelo volume aceitável e o trago para perto, fazendo-o sentando à cama. Ele se acomoda na cama deitado e eu venho por cima, Certain Things é a escolhida por ele e nos beijamos com mais intensidade, deixando o cuidado do toque para algo menos singelo. Nossas mãos se movimentam, uma minha, para me apoiar e me inclinar e a outra encaixa em seu pescoço como um colar e o meu dedão, atrás de sua orelha e as dele, uma está em meu peito e agarra firmemente o tecido da minha blusa e a outra, impulsiona a minha cabeça a ir mais longe e agarra meu cabelo, apanhando um pouco dos fios ao fechar a palma. Ele pode sentir minhas pulsações corporais ao toque e pareço deixá-lo da mesma forma, me deito completamente sobre ele sem pressionar, livrando as mãos de qualquer apoio ou limitações, sem interromper o beijo, ou se interrompe, volta ao contato imediato como duas placas magnéticas que se atraem arduamente e uma de suas mãos desabotoa com habilidade a minha blusa e é tirada por mim, sem desviar os olhos com um olhar sedento que ele também faça. Arranco a sua em resposta com sua ajuda e a jogo no chão sem preocupação e vou com as palmas em contato com as suas costas desnudas e as dele percorrem todo o meu frontal, entre meu umbigo e meus ombros, e eu reajo a sua provocação com uma respiração funda e de olhos fechados em prazer pela sensação do toque a pele. Entre arrepios, grunhidos de prazer e espasmos, nossos corpos correspondem bem às nossas interações e observamos a feição um do outro, que gemia em sussurro e mordia o lábio inferior em satisfação e nossas mãos se tornam mais exploradoras naqueles caminhos que bem conhecíamos: eu, para o seu quadril e apalpá-lo de palmas abertas, que está sobre o meu e fricciona com a minha calça que brevemente será arrancada e ele, para o meu pescoço, que morde como se quisesse arrancar os meus nervos e o faz arquear a sombrancelha e eu encostar a cabeça na cama e mordiscando o lábio em reflexo. Ele continuava ali, deslizava o nariz no meu pescoço, subindo para a orelha e mordiscando a cartilagem dela, seguindo para a boca novamente, em ritmo lento porém constante e suas mãos seguram meus braços como duas algemas, imóvel enquanto ele se aproveitava e lambo seus lábios e fazendo leves sucções quando eram entregues os lábios para mim. Minhas mãos passeiam pela sua barriga e pelo seu peitoral, pousando no seu pescoço e pressionando sem força enquanto contorce o pescoço e faz sua língua alcançar a ponta do meu dedão, inclinando seu semblante para alcançá-lo por completo e o mantém a sua boca, tirando dali deslizando suavemente pelo seu lábio. De tanto sentir as minhas pulsações repetidas e latentes que são causadas pelo atrito constante sobre mim, que cavalga e posso sentir o molejo de sua cintura, impulsionado pelas minhas mãos a forçar que apertam as suas nádegas e ali firmo os dedos, soltando alguns tapas conforme ele continua ou pressões mais fortes, ele desabatoa agora a minha calça e abre meu zíper e me esforço para tirá-la e ela desliza da cama até cair no chão e também parto para arrancar a sua. Sua calça também é apressadamente tirada e apenas nossas cuecas nos separam do toque livre, com um ritmo gradativo e nosso suor que facilita o deslize e quase em plena combustão por nossas faíscas se atiçarem, porque é essa a sensação, amar o Calvin Minsky é estar em chamas em plena vida. Nossos tecidos são finalmente descartados e não estamos agora em presença carnal por um segundo pela sensação arrebatadora de atingir o ápice junto dele, espargindo em minha cueca juntamente do Calvin, para o prazer mútuo, conhecendo tão bem de nossas sensibilidades sensoriais em pontos que mais excitam respectivamente. Partimos para o banho por não termos tomado no hotel antes de sair e pela extensão duração do vôo e descartamos nossas cuecas usadas, entrando juntos no banho e a água gelada ajuda resfriar nossos corpos tão calorento, também ajustando nossa respiração e batimentos, tão desordenados pelo ritmo que mantínhamos. Nos secamos e vestimos novas cuecas, que é o suficiente para nos cobrir e nossa cama nos convida de volta, sem malícia e sem provocações e cedemos a deitar para nos atentar a vista ao redor e não mais aos nossos corpos possessos de desejo sexual. A vista prolongada nos faz revisitar lugares esplendorosos, reais ou não, e nos faz embarcar num mundo ora feérico ora sideral e transitava entre os conceitos sem limites, provando que o impossível é uma possibilidade real e que vivemos agora como nunca. Navego mentalmente ultrapassando as linhas do convencional perdidamente, insanamente, inacreditavelmente e todos os advérbios mais que eu possa usar para descrever o quanto eu me desloco da realidade quando estou com ele ao meu lado no presencial.
- Estou encantado. E você parece reflexivo... O que se passa pela sua cabeça? - ele pergunta curioso pelo meu silêncio mas não obtém a minha resposta, apenas recebe meu sorriso e já é o bastante para convencê-lo, sentindo tudo em dobro como se fosse pela primeira vez. Encosto minha cabeça em seu ombro como nos apoiamos e seu aroma balsâmico me invade, como tudo dele que me marca e a situação se iguala à sensação que não sei descrever qual tal é a melhor. Agora entendo os desafios que superamos para que esse amor fosse forjado e se moldando para que fosse o que é hoje, e me sinto grato e feliz que foi do jeito que aconteceu pois conquista alguma vem sem seus embates e tudo hoje poderia ser diferente ou sequer nem ter existido, então à realidade de hoje que se findou não uma hipótese eu só tenho a reconhecer nossos méritos diante de tanta guerra e tudo acaba aqui, qualquer preocupação ou aflição que nos fez agonizar e desistir em algum momento. Estou realizado e apenas seguro a sua mão e transmito para ele a certeza de assegurá-lo do meu amor incondicional por ele, sendo o meu alicerce, a minha segurança, meu ponto de refúgio, meu porto seguro, e o nosso amor que é o sustentáculo de nossas vidas. You toca de fundo, não encerrando, mas sim, eternizando nosso amor que sobrevive às gerações, romanticamente, como a cena final (jamais) de uma história de amor.
FIM. OU APENAS O INÍCIO.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apenas Segure A Minha Mão
RomanceCalvin Minsky é um garoto de 17 anos, promissor mas que ainda não enxerga em si potencial e está afundando em seus próprios dilemas emocionais. Sendo filho único e sem uma figura paterna presente dentro de casa, tem de conviver com sua mãe autoritár...