Bom, isso não é bem um capítulo...

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- Minhas costas estão doendo muito... O peso da responsabilidade está acabando com a minha cervical e com o resto da minha pouca sanidade. - resmungo para ele a minha dor e ele finge acreditar em mais um dos meus teatros dramáticos.

- Suas costas doem tanto pelo fato de você parecer o Corcunda de Notre Dame descansando depois de virar a noite badalando o sino.

- Com certeza, minha dor na lombar nem se compara a dor de ouvido dos moradores de lá depois dessa madrugada. - eu até ajeito a minha postura depois do comentário dele, eu realmente parecia um calango esticado no chão procurando por um pouco de descanso.

- Mas toda a aprovação, e a provação também que eu passei, valeu muito o cansaço que eu sinto agora.

- Pelo menos trouxe boas notícias, melhor do que carregar o peso de um ego ferido e a decepção de um 'não' nas costas.

- E aguardamos por mais notícias boas, o plano já é perfeito, só espero que a realização delas sigam a mesma linha. - desperto nele a curiosidade, talvez cedo demais e é inevitável o questionamento da parte dele.

- E que planos seriam esses? O que o senhor estaria aprontando?

- Nada, ué. Me refiro aos nossos planos futuros, os nossos propósitos com a nossa renda futura.

- Nossa, mal posso acreditar que estamos nos referindo com esse adjetivo. Parece recente, mas também parece existir antes mesmo de 'nós'.

- E espero que dure mais do que podemos suportar aqui em vida, será o que a gente vai deixar como legado aqui, assim como saudades.

- Falando assim, até parece aqueles pais conservadores que põem seu nome e um 'jr.' depois do nome do filho para dizer que ele vai continuar o que ele não pôde ou fracassou em fazer. - claro que o Calvin tinha que ser o alívio cômico atrapalhando meu momento sentimental e sensível ao extremo e falando sobre as "glórias dignas de orgulho" desses pais cheios de exemplos para os seus filhos, que acham que o exemplo deles é sinônimo de coisas benéficas.

- Auge 'né, príncipe? Minha atenção está voltada para causas que realmente merecem dela. - digo, com todo convencimento possível, como se eu tivesse o nível de credibilidade de um cientista renomado em busca da cura de uma pandemia global.

- Enfim, só estamos sentados, à espera da prosperidade, de fato. Não preciso mais sonhar que só poderia ser feliz se tropeçasse numa mala de diamantes perdida por aí, mas isso é tão falso quanto a sua dor na cervical.

- Nossa, eu aqui todo empenhado em pôr nosso futuro para frente e você só querendo passar a rasteira nele, lindinho? Mas se é para estar no fundo, que seja no fundo da minha piscina do Tio Patinhas, secando as lágrimas com meu lenço umedecido monetário.

Apenas Segure A Minha MãoOnde histórias criam vida. Descubra agora