Capítulo LVI

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                     *Calvin's POV*

Toda a nossa tarde foi gasta com quizzes aleatórios da internet sugeridos pela Kim, lançando perguntas uns aos outros como garotas adolescentes com suas revistas sobre horóscopo e novidades pop, e assistindo vídeos. Fazemos uma boquinha antes de eles irem embora e o Nathan os leva de volta enquanto eu fico por aqui, me despeço deles e minha única companhia agora é o celular do Nathan. Resolvo acessar as minhas redes sociais que não tenho acesso há tempos para vasculhar o que há de interessante e me reconectar tecnologicamente, entro nas poucas redes sociais que tenho e rolo a tela pelo meu feed. O algoritmo das redes sociais parece se conectar com o meu cérebro por um fio invisível pois surge alguns anúncios e propagandas que eram compatíveis com os meus interesses, até aparecer um que se destacou e tomou completamente a minha atenção pela sua relevância. Aquele post pertencia a uma garota que anunciava a venda de três ingressos para um evento aparentemente brasileiro chamada Rock In Rio e anexado a publicação, havia todas as informações sobre o evento e sobre a edição desse ano. Fui atrás das informações: sobre os preços, sobre os artistas que se apresentariam naquele dia específico e sobretudo, sobre o dia da apresentação; havia nomes relevantes marcando presença no tal dia e uma viagem para o Brasil não cairia mal nessa fase da nossa vida.  Entro em contato com a garota do post para negociar o preço dos ingressos e ficar a par de tudo da sua venda, espero não ficar enrolado com as finanças e o mundo de negócios porém vou fazer valer a pena como o Nathan fez valer para mim. Espero que ela responda no prazo de um dia para que possamos conversar melhor mas havia um porém, assim que entrei em seu perfil. Ela era aparentemente brasileira  e mesmo que eu comprasse os ingressos, como eu teria os em mãos? Se ela os enviasse por correspondência, com certeza, chegariam com quatro meses de atraso mas nada que uma pesquisa no seu perfil não resolvesse. Sua bio parcialmente americanizada e seus stories destacados e cheios, típicos de quando viajamos, não escondem que ela está em temporada por aqui, carrego seus stories e posso reconhecer as paisagens familiares de WildWind e NorthSide mas ela estar nas redondezas ainda não era a solução dos problemas. Meu lado realista é ativado e começo a pensar com vários critérios: tem a questão de ter os ingressos físicos em mãos, também de uma viagem para um país estrangeiro, com linguagem distinta da nossa e toda a questão dos passaportes. Também me deslocar daqui custaria muito à minha surpresa e precisaria me entregar antes mesmo da surpresa estar definitivamente pronto. Então, fica mesmo como um convite que espero que ele aceite, dentro dos nossos orçamentos. Mas nada que uma conversa clara não resolva, assim me resolvo sem nenhum sacrifício, então a porta se abre e o Nathan joga as chaves do carro na mesa.

- Por que demorou tanto, meu bem? - pergunto com certa inocência, mas com presunção, para que ele realmente pensasse que eu estava a espera dele, somente.

- Estou exausto demais para um exercício sequer. Me encontrei com o rapaz da casa na rua, conversamos um pouco e com sua postura seria, eu até pensei que ele queria cancelar tudo. Mas... - ele tira sua bolsa de lado, faz um mistério e põe suas mãos dentro dela para tirar algo. - Ele quis adiantar a primeira e segunda parcela do nosso acordo porque disse que faria uso da casa por alguns dias.

- Que maravilhoso! Fico feliz que tudo está dando certo. Mal posso acreditar...

- O que eu preciso agora é de um prolongado e merecido descanso. Estou tão sonolento ainda que mal posso manter meus olhos abertos. - ele vem e me faz descruzar as pernas para aconchegar a sua cabeça, ele estica as pernas ao invés de flexionar os joelhos para se encaixar perfeitamente no sofá e permanece imóvel para se induzir a um sono profundo. Percebo o seu cansaço e reflito se aguentaria essa barra de compromisso, sem o auxílio dele mas não questiono em relação se valeria a pena e sim, se as probabilidades estariam querendo cooperar com as minhas expectativas. Verifico o sono do Nathan e em poucos minutos, sua respiração está calma e translúcida através do pano fino de sua camisa e não mais aquela blusa de botões tão apertada, evito mais toques além do da sua cabeça a minha coxa e continuo a usar o seu celular, qual ele não tomou de mim. Levanto mais um pouco o celular, para caso ele acordasse e para dizer que prezo pela minha coluna e permaneço lendo toda a informação necessária. O dia das apresentações seriam em uma sexta-feira e em outra aba de pesquisa, fui averiguar quais dias da semana estavam disponíveis de passagens para o Rio de Janeiro em alguma companhia aérea e apenas encontrei passagens para segunda-feira, quinta-feira e sábado. Os preços eram razoavelmente baratos, nada que não coubesse no nosso planejamento, e está praticamente decidido que comprarei a passagem de quinta-feira, assim teríamos a vantagem de conhecermos a cidade além de chegarmos bem cedo para termos uma boa vista do palco. Com parcela dos planos executados, só me falta a confirmação da moça do anúncio, a Carolina, e seu parecer sobre os ingressos para finalizar praticamente tudo e preciso planejar como irei encontrá-la usando um pretexto com o Nathan. Dou um jeito de apagar todo o meu vestígio que fosse sobre o evento e saio das minhas contas, desligo a tela do celular e sorrio com as inúmeras possibilidades e é o que mais me admira em planejar o futuro, pouco tempo atrás, eu não tinha esperanças em vivê-lo e agora, aqui estou eu, planejando e sonhando com cada segundo dele com as pessoas que eu mais quero, com entusiasmo. Tão bobo, agora me situo perdido nos meus pensamentos, analisando a situação, com todos os desenrolares possíveis, com todas as possibilidades possíveis, com todos os desfechos possíveis e com todas as consequências possíveis. Contemplo silenciosamente o corpo sonolento dele descansar e continuo ali, imóvel e sonhador, tão observador enquanto ele nem percebe.

P.S. do autor: Olha só quem resolveu aparecer?! Não apenas eu, também nosso princeso supremo, nosso protagonista supremo que toma conta da história daqui para frente. Calvin Minsky e Nathan Murray agora são oficialmente namorados e vão aproveitar muito ainda essa relação. Mas será que só serão flores para esses pombinhos ou será que vem aí mais apuros? Continue aqui para descobrir acompanhando mais capítulos. Amanhã já sai mais para aguçar mais a curiosidade e a vontade desses dois. Beijo para todes e se cuidem. Love u every one ❤️❤️❤️

Apenas Segure A Minha MãoOnde histórias criam vida. Descubra agora