Capítulo LXXVII (Parte 2/2)

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Pelo visto, meu plano de bancar o vigia deu errado por eu abrir os olhos e percebi que dormi uma boa parcela de tempo e me desliguei de todos os acontecimentos ao meu redor, então a minha primeira atitude é verificar se o Calvin não está esborrachado no chão ou se o Matías está, pelo menos dormindo, assim evita de sentir dores ou enjôo ou no mínimo, o alivia. Realmente, fechar os olhos para nos isentar de nossas próprias dores é uma das piores coisas. Seus olhos fechados e sua feição paralisada indicam a sua sonolência, olho para a próxima poltrona e encontro o calvin, mais desperto do que antes e sorri ao ver ao perceber a minha observação.

- Ele melhorou um pouco? - faço mais uma dedução do que seus lábios quiseram dizer do que propriamente ter ouvido a sua voz, sinalizo em afirmação e ele me convida a levantar, sem perceber que o Matías estava parcialmente encostado em mim, em maior parte na minha poltrona do que na própria. Ele acena para a cabine do banheiro com a cabeça e se levanta em seguida, não me sobra saída se eu quero realmente saber o que está havendo, saindo cuidadosamente do meu lugar, segurando o corpo que dorme, sem desajeitar a sua cabeça. Até eu levantar cuidadosamente do meu lugar, ele já está trancafiado na cabine, bato à porta e ele já me puxa para dentro, a trancando de volta e sinalizando que estava ocupada em seguida.

- O que houve? Está a beira de um desmaio ou acabou de ter uma premonição terrível?

- Só queria que você me ajudasse a dar uma conferida no meu cabelo. Ele arrepiou muito? Aff, esse espelho mais deforma nosso reflexo do que reflete. - deixando claro que aqui não há espelho algum, apenas um metal que reproduz nossa imagem de uma forma não tão fiel e pede minha opinião, se virando para mim enquanto estou estático, admirando o seu inacreditável alarde por nada.

'Dentro de instantes entraremos em trabalho de pouso, mantenham-se em seus lugares e por segurança, ainda mantenham seus cintos devidamente afivelados e também os encostos de suas poltronas na posição vertical.' - paramos e não dizemos uma palavra para nos atentar a voz que soa clara, encarando o Calvin com um olhar condenador por ter nos feito levantar em tempo indevido e pela futilidade da sua necessidade. Temos que sair daqui ligeiramente antes que as portas se tranquem após o alerta e conseguimos voltar para nossos lugares sãos e salvos, mas dependendo do Calvin, nos ficaríamos presos e apavorados naquela cabine e por pouco causamos o maior escarcéu. Obedecemos todos os protocolos daqui pra frente para evitar eventuais riscos e nos tranquilizamos enquanto todo o procedimento é concluído, até aqui o Matías já despertou mas nem sonha com tudo o que acabou de acontecer, mesmo estando acordado.

' Acabamos de realizar o pouso mas queiram todos permanecerem com os cintos até que os sinais luminosos tenham sido apagados. Informamos que os ocupantes desse avião deverão desembarcar com seus pertences e toda orientação será fornecida pela nossa equipe de terra. Esperamos vossa compreensão e agradecemos a preferência pela nossa companhia. - a voz surge novamente ecoante e nos atentamos às recomendações, e as atendendo. Seguimos para a saída pela passagem restrita de espaço mas conseguimos deixar o avião, e ao pôr os pés firmes no chão, minha primeira visão é a do Matías desorientado, dando uma volta no mesmo lugar e o Calvin, que respira fundo e sente a emoção de estar em casa de volta, como um passarinho, que voa para tão longe, mas seu instinto o traz de volta para casa, mesmo que outros lugares longe dali o abracem e o façam se sentir pertencente. A nossa única preocupação agora é pegar de volta nossos pertences, então seguimos alguns passos tardios que nos seguiam para onde queríamos ir, o congestionamento se dissipa aos poucos e dentro de pouco tempo, temos em posse tudo que é nosso e agora, esperar por todos que nos esperam, assim como nós eles mas ainda insisto um contato antes de deduzir que eles já estavam a caminho para ter a certeza.

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