Capítulo L (parte 2/2)

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Na volta para casa, dirijo mais aliviado e livre de qualquer compromisso, ou melhor, o compromisso só está começando então, só devo me sentir preparado e aquela voz volta à tona novamente, atiçando minha curiosidade a segui-la; agora, tento seguir as coordenadas dessa vez e pareço a alcançar à medida que vou seguindo. Me aproximo de uma descida para uma estação de metrô e me deparo com a estrutura simples, porém bem arquitetada, a dona da voz angelical sob ela e mais outras garotas tocando brilhantemente, cada uma seus instrumentos respectivos. De primeira, apenas estaciono e os observo fazendo o que sabem de melhor, mas insisto inexplicavelmente em ir até lá assim que elas acabam a música que estavam tocando, para não ser um incômodo, mas já sendo; na verdade, não sei o porquê estou indo até elas mas o som, seja vocal, seja instrumental, é atraente, quase magnético e seduz minha audição, que já é refém dessa voz. Elas parecem se preparar para a próxima música mas eu já chego, as interrompendo gentilmente de continuar, tomando sua atenção e o seu tempo.

- Com licença, bom dia... - chego tímido, quase constrangido e todas me encaram.

- Bom dia! Pois não, moço? - a vocalista do grupo me responde receptiva.

- Eu estava passando por aqui e me encantei com sua voz, e com todo o restante também. Meninas, a sintonia de vocês é surreal! - eu as elogio sem jeito pelo talento delas e elas parecem espantadas, como se não ouvissem muito isso por aí. - Eu me senti na necessidade de vir aqui prestigiar, vocês têm um talento incrível e devem tirar muito proveito disso. - em justificativa a mim mesmo por ter vindo e para surpresa delas, reforço meu comentário se havia alguma dúvida da parte delas quanto aos seus talentos, mesmo elas tendo montado o grupo provavelmente já acreditando em seus potenciais mas com certeza, não há coisa melhor de vê-los sendo reconhecidos e reafirmados.

- Nós agradecemos muito, receber esse reconhecimento é muito bom, sabemos que mesmo na correria do cotidiano, ainda há tempo de perceber e apreciar o dom alheio que é divino, ainda mais saber que não passamos despercebides.  O pessoal não costuma ser do seu tipo, não com a sua atitude pelo menos, quando estamos por aí ou em outros eventos.

- Espera um pouco... Você disse que vocês se apresentam em eventos? Tipo shows locais ou regionais?

- Não, não. Ainda não chegamos lá mas é um dos nossos desejos. Quanto maior o público, maior a satisfação.

- Então quer dizer que vocês costumam ser convidadas para eventos de pequeno porte ou íntimas? - ela responde que geralmente é esse tipo de proposta que aparece para elas e agarram com determinação. - Bom saber disso pois eu tenho uma a fazer a  vocês. Não será o próximo Lollapalooza mas é o tipo de evento que vocês estão acostumados a encarar. - todas parecem confusas mas ansiosas, se entreolham e espero que isso signifique a minha segunda proposta aceita do dia. - Bem, eu sabia que vir aqui não seria obra do acaso, como tudo que vem acontecendo comigo e eu sugiro uma oportunidade que vai ajudar a todos nós. Eu estou namorando faz algum tempo e finalmente eu percebi que eu encontrei o amor e não quero que ele escape tão facilmente de novo. Eu estou organizando uma coisa diferente, uma surpresa em qual eu posso pedir em namoro e a presença de vocês como minhas convidadas poderia ser incrível, certo? - elas comemoram entre si após meu anúncio, mesmo isso sendo a "praia" do Calvin e sabendo que elas entenderam que não eram para integrar a plateia. - E claro, eu fico dependente da resposta e da oferta de vocês para aceitarem a entrar nessa loucura.

- Meu Deus, eu não suporto uma história de amor que eu já morro. Fazer parte disso vai ser tudo! - diz uma delas, a mais eufórica e sentimental de todas; que inclusive, não disseram nada até então, parece que por aqui o espaço de liderança da vocalista já foi tomado.

- Vocês dois devem ser muito fofo juntos... Ele deve ser um bem enorme para você, sua cara de apaixonado entregue não esconde. - diz a Hill, esse deve ser o seu nome. Pelo menos, é o que diz a sua jaqueta de couro aparentemente customizada manualmente e essa personalidade forte e atrevida eu já vi antes...

- Nossa, mas como assim "ele"? Ficou tão na cara assim?

- Digamos que seja o nosso sexto sentido...

- Hillary, você deixou o rapaz constrangido... Tenha mais cuidado para onde você atira esse veneno. - reclama a vocalista.

- Tudo bem Hillary, já estou imune a isso pelas peças valiosas que tenho comigo. O ensaio pode começar em breve se vocês concordarem. - eu digo, ainda esperando a afirmação positiva.

- Estaremos lá prontas para ver seu amor derretido por você pelo nosso esforço máximo. - ela diz, tomando seu propício posto de líder e toma a frente da decisão final com o acordo de todos.

- Inclusive, eu sou a Timmothy, essa é a Hillary e a Louise. Aliás, qual seu nome mesmo?

- Me chamo Nathan, Nathan Murray. Mais uma vez eu agradeço a recepção de vocês, foram muito gentis e desculpa por tudo, pela chegada e pelo tratamento mais uma vez, se fui invasivo. - permaneço o tratamento educado e juntamos nossas mãos em assentimento e seguimos a fazer o que nos era feito anteriormente, por fim combinamos que as atualizo logo com as informações necessárias e retorno feliz pelo segundo contrato fechado do dia.

Apenas Segure A Minha MãoOnde histórias criam vida. Descubra agora