Capítulo XXVI

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Umas horas depois, à porta do hospital...


Estou ansioso e animado, mas tenho receio de não estar ao entrar, os meninos também parecer estar e finalmente, descemos do conforto do carro, depois de muito preparo psicológico. Caminhamos lado a lado com suspense mas com agilidade e chegamos a recepcionista, que diz que vai chamar o cujo doutor, após a nossa breve conversa. Nos sentamos para aguardá-lo, e a agradecemos, que volta ao seu posto e as minhas pernas estão inquietas, meu olhar se mantém naquele corredor extenso e as mãos suam e tremem ao mesmo tempo. Ele aponta no horizonte, não demora a chegar no seu caminho apressado e me direciona um olhar de surpresa, como se estranhasse a minha presença. Tudo bem que dei uma  atrasada mas seu olhar transmite muito mais que estar surpreendido. Ele pára um minuto, todos nós nos levantamos e espero que ele diga algo que justifique o seu espanto tão evidente.

- Nathan?! Você aqui de novo? O que houve? - ele diz, minhas sobrancelhas logo se cerram e nós nos entreolhamos desentendidos. Ainda me mantenho assim e ele percebe a confusão que ele acabou de instaurar entre nós.

- Como assim, doutor? Eu vim aqui, agora, ver o Calvin... Eu que pergunto o que houve.

- Parece que houve um mal entendido então. O Calvin acabou de ser liberado e só permite porque achei que fosse você...

- O QUÊ?!! - eu dou um grito estridente, ele se assusta desprevenido e todos olham para mim. - Doutor, porque você o liberou se eu mesmo, não o vim buscar? Peço desculpas por não ter vindo mais cedo mas sei que não é a você que eu devo elas. - me interrompo por aqui por me sentir alterado, respiro agoniado e os meninos também estão sentidos, mesmo ainda sem entender, como eu.

- Eu o liberei porque me disseram que já havia alguém a espera dele e imaginei que seria você.

- Pois imaginou errado. Mesmo que eu quisesse estar aqui mais cedo, eu não pude e isso me custou muito. Agora, você imagine, onde e com quem ele deve estar, provavelmente com a mãe que o odeia e o obrigou a sair da própria casa. - explico a ele a gravidade da situação, ele parece sentir e tenta se redimir, mas no fim, não fomos todos competentes. - Desculpas agora não resolvem nada, não vai reverter todo o nosso erro. E pode ter certeza, que quem for ou que esteja por trás disso, o tempo para eu te encontrar e sofrer as consequências é mínimo.

- Cuidado para não fazer nenhuma besteira. Você está muito nervoso e a raiva é um sentimento traiçoeiro. Faz tudo parecer um justo acerto de contas, mas só foi uma ação precipitada pela qual você vai se arrepender muito. - a Kim me sussurra por trás, me fazendo abrir a minha palma que eu apertava fortemente sem perceber e eu só me viro e sigo, com a companhia deles comigo. Eles se despedem do doutor, balançando a mão pela minha saída inesperada e um pouco rude, eles podem presenciar meu semblante que tendencia indignação, raiva, infelicidade e decepção e também posso sentir meu corpo gélido e em arrepios, recebendo deles um aperto no ombro para que eu me acalmasse e me aliviasse da raiva tão explosiva. A mãe dele é a principal suspeita dessa atrocidade mas preciso saber quem foi o emissor ou a emissora da notícia do endereço do Calvin, de que ele estava aqui, justo nesse hospital.

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