O Nathan parece perdido no mundo encantado daquele cardápio e não recomendamos nada, apenas o deixamos se aventurar e seguir seu coração.- Não tem má escolha, não tem como se arrepender. Eu prometo. - encorajo ele ao seu pedido, por estamos esperando apenas por ele.
- Eu gostaria do n° 9, por favor. - ele diz ao atendente, que rapidamente já repassa nossos pedidos para a cozinha.
- Sorvete de banana e canela com calda de caramelo? Nada mal. - disse o Pet, fazendo ele se sentir seguro com a sua opção, enquanto pegamos nossa mesa.
- Nathan meu bem, você poderia monitorar a mesa enquanto eu e os garotos vamos dar um check-up na make-up lá no banheiro? - a Kim diz, nos convidando automaticamente, e sem sequer termos nos sentado ainda para que eu pudesse ver meu delineado, o Pet retocar seu lip-tint e para que ela visse sua pele ou usar o banheiro de fato.
- Cada centímetro, baby. - ele fica para vigiar a mesa e a chegada dos pedidos e entramos do lado de dentro do Olly's e seguimos para o banheiro. A passagem é formada pelo espaço entre as mesas, que ocupam as extremidades e uma passarela se abre no centro, com os olhares voltados para nós e com elogios ou insultos na ponta da língua. A figura da Kim faz revirar os pescoços em sua direção enquanto eu e o Pet fazemos revirar os rostos e ouvimos assobios em sinal de chacota como se fóssemos a porra de um canário e a Kim ainda mantém os olhos interessados até entrarmos no banheiro, despertando ódio e inveja nas acompanhantes dos rapazes. O banheiro do Olly's era unissex basicamente, era uma porta de entrada mas havia uma parede que dividia o espaço para um conjunto de cabines; mictórios e algumas pias de um lado e cabines com frestas embaixo, pias com sabonete e espelhos levemente embaçados do outro lado. Nem preciso explicar qual banheiro deveria pertencer a qual gênero porque a surra de esteriótipos está nítida e eu e o Pet seguimos a Kim para o lado direito, ela entra em uma das portas e nós ficamos em frente ao espelho, por só aquele lado ter espelho e tentamos limpar todo o embasado para conseguir nos ver melhor. Meu delineado ainda está intacto, essa sensação de liberdade, ainda que com repreensão não da minha parte, é boa, mas é tudo novo para sim essa coisa de não ter com o que ou com quem se preocupar e o Pet retocar seu gloss com lip-tint, com muita habilidade. Uma porta se abre atrás de nós e não é de onde a Kim está, ela fica estática, como se acabasse de tomar um susto, e finge estar olhando para o espelho, mas suas sobrancelhas apertadas e seu olhar alternando entre eu e ele a entrega facilmente.
- Com licença, vocês viram que esse aqui é o lado das mulheres? - ela da dois passos à frente, tentando ser imponente, eu a olho pelo reflexo e apenas arqueio uma sombrancelha e olho para o Pet.
- Não há indicações na porta. Aliás, só estamos usando o espelho e acredito que não estamos importunando. - ele a responde de forma cortês, típico dele e diferente de mim, pois ele só é rude quando preciso e eu já sinto isso como uma afronta, pelo seu tom e postura, mas sinto cortesia demais da parte dele quando ela usa seu tom arrogante e espera que abaixemos a cabeça.
- Algum problema? Acho que o espelho é grande o suficiente para caber três reflexos, apesar de estar um pouco sujo. - digo, por ela ainda continuar distante e perceber que seu olhar transmite muito mais que uma simples vontade de se enxergar.
- Só não acho certo isso aí... Dois homens no banheiro feminino. O lado de vocês fica ali. Ou melhor, duas... - interrompo ela imediatamente, sabemos muito bem com o que estamos lidando e o Pet olha bem para mim por já conhecer meu temperamento fora da conduta e por não tolerar desrespeito e cinismo.
- O que você julga certo ou errado você aplica a sua vida. Não precisamos do seu sermão ou do seu conselho indesejado. Um belo brilho labial que você deveria usar para manter seus lábios protegidos do seu próprio veneno seria uma cola bastão.
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Apenas Segure A Minha Mão
RomantizmCalvin Minsky é um garoto de 17 anos, promissor mas que ainda não enxerga em si potencial e está afundando em seus próprios dilemas emocionais. Sendo filho único e sem uma figura paterna presente dentro de casa, tem de conviver com sua mãe autoritár...