Capítulo LXI (Parte 3/3)

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O cheiro aqui dentro é indescritível, acho que eu nunca sentiria tantos aromas diversos assim nem se eu estivesse dentro de uma perfumaria, mas ao contrário do último, meu paladar foi instigado a saborear. E é claro que todo esse cheiro vinha do self service enorme que tinha comidas para todos os gostos e refeições, em panelões fumegantes e algumas placas para sinalizar quais eram as comidas. O Nathan resolve comigo pegar dois pratos, porém sem repetir nenhuma comida para que pudéssemos apreciar mais, então pegamos duas peças daquela porcelana rígida e pesada dos montes e seguimos para as maravilhas, agora comestíveis. Eu por minha vez, confesso que fui muito seletivo a escolher, não quis me arriscar nos sabores e apenas escolhi o que realmente parecia bom pelo cheiro e pela aparência ou escolhi pela composição dos ingredientes que eu sabia que eu gostava, e já o Nathan foi sem freio e ficou com o prato um pouco mais cheio que o meu e se aventurou pelos gostos e pela sua mista combinação. No meu prato, havia feijão tropeiro, bife com batata frita, picadinho e feijoada, todos esses em porções reguladas e no prato do Nathan havia moqueca, pirão, dobradinha, carne de sol e uma porção de arroz, esses por sua vez, em porções esbanjadas que nem havia espaço para separação. Assim, seguimos para a fila da balança e depois para a mesa, curiosoa em experimentar e bagunçar aquele prato tão alinhado. Antes de querer atacar todos aqueles pequenos montes de comida, meu garfo apanhava um pouco de tudo, tentando não misturar tanto para não alterar o sabor e o Nathan fazia o mesmo, trocando os pratos e avaliando comigo. Todas as comidas foram provadas e aprovadas, caíram bem como nosso almoço, levando altas notas e sem dúvidas, o nosso coração, até as do prato do Nathan que eu estava apreensivo a experimentar, devorando tudo, sem desperdício, ainda deliciosas do mesmo jeito ao serem combinadas. A caminho de entregar os pratos, somos tentados pela sessão de sobremesas e nos entreolhamos, voltando para mais uma fila, pegando agora um prato descartável. A diversidade e a quantidade não deixava a desejar, agora é minha vez de abusar no açúcar sem querer consequências desagradáveis depois, mas também havia itens salgados e me rendo a experiência como o Nathan antes no almoço. Olhamos atentamente as placas indicativas como antes e pegamos uma pinça grande quando algo nos agradava: eu peguei paçocas, pés de moleque, cocadas e pudim, e o Nathan pegou uma coxinha de frango, tapioca de doce de leite e outra com carne seca, Maria mole, rapadura e brigadeiro. Seguimos felizes ao balcão para pagar por tudo, ajudo o Nathan a tirar o cartão da bolsa por nossas mãos tão ocupadas e ele também compra um refrigerante de guaraná na saída, com nossos pratinhos de doces como se estivéssemos acabado de sair de um aniversário infantil, se deliciando e sentindo nossa glicose alcançando um pico extremo de gostosura. Seguimos pela sombra da calçada, guiados pela imagem imponente do hotel ao horizonte e fartos pelo nosso desjejum completo, que sacia nossa fome e nossa curiosidade cultural.

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