Capítulo XV (parte 2/2)

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- Enfim, chegamos. Bem vindo de volta.

- Nunca pensei que voltaria aqui...

- Então aproveite, porque agora, você não sairá daqui tão cedo.

- Desculpa Nathan, de verdade, se eu te acordei.

- Claro que não, Calvin. Já são praticamente 11 horas, não acordo tão tarde assim. - fico feliz por, pelo menos, não ter o acordado para ir até mim e ele me leva para me apresentar o seu quarto e a tudo, principalmente àqueles cômodos nos quais eu não estive na primeira e última vez. Ele me guia até lá e passando pelo grande espelho que havia no seu guarda-roupa, eu observo o sorriso contido porém presente em meu rosto e me faz perder a atenção do Nathan que ainda falava. Ele significava muita coisa mas o incompreensível é mais divertido e esse sorriso só era uma das coisas de que o Nathan fazia desabrochar espontaneamente de mim.

- Calvin... Calvin?! Calvin!!! - balanço a cabeça duas vezes, votando a realidade. - Você tá bem? - ele pergunta novamente e eu assinto, dizendo que estava concentrado nele, mentindo relativamente. Além de seu guarda-roupa rústico e de seu espelho de um brilho incomum, reparei agora a minha volta, as paredes decoradas com pôsteres diversos e a sua cama de solteiro, forrada com um lençol amarelo limão. O piso de cerâmicas com matizes que imitavam a madeira e o teto era pintado com tons fracos de amarelo e derivados destacava ainda mais a harmonização de cores daquele quarto.

- O que sente ao estar aqui?

- Sinceramente, náusea. Nunca vi tanto amarelo assim nem em uma pessoa anêmica. - ele jurava esperar um elogio mas ele sorri amistosamente pelo meu comentário e me leva com ele novamente como se estivéssemos algemados.

- Você já comeu hoje? - eu nego, envergonhado.

- Foi o que eu pensei. O que quer comer? - ele me traz a cozinha e circula livremente enquanto eu fico acanhado perto do balcão.

- Toda água mata a sede, apesar de eu estar com fome. Não tenho preferências.

- Então me dá um tempo que eu já termino. - pisco para ele assentindo e volto para a sala, me sentando no sofá sem ocupar tanto espaço, à sua espera. Depois de analisar minuciosamente a sua sala e ter certeza de que não deixei escapar nenhum detalhe, ele não volta com uma xícara de café fumegante ou com um pão com ovo tradicional, mas sim com uma bandeja especialmente para mim, tentando arduamente a equilibrar com uma só mão.

- Você se lembra bem da última vez que tentou me surpreender. - eu o lembro de um episódio cujo ele se recorda muito bem e ele se senta ao meu lado com a bandeja no colo cuidadosamente. O agradeço com um beijo demorado em sua bochecha que fazem meus lábios estalarem antes mesmo de saborear o seu misto quente caprichado e seu iogurte com uvas passas. Ele me observa morder e degustar do seu misto, buscando por mais do que apenas aprovação e observa atenciosamente minha boca cheia a mastigar e nada atraente.

- Você quer? - o ofereço, o estendendo, sem arrancar nenhum pedaço mas ele o faz, fazendo com que o queijo derretido se estique, colocando uma extremidade em sua boca e me oferecendo a outra. Me curvo, deixando que ele entregue em minha boca e ele vai mordendo até que toda a extensão se acabe, fazendo nossos lábios gordurosos se tocarem. Ele não os separa e eu muito menos intervenho mas logo sai ao perceber que não havia engolido o pedaço que estava em sua boca e eu limpo os arredores da minha boca com a ajuda da minha língua ao o sentir se aproximar. Ele se atira encima de mim, quase levando a bandeja ao chão mas ele a coloca em um lugar seguro, que não é no sofá, que está ocupado demais ocupando dois corpos que não se comportam com educação. Ele está encima de mim, com as pernas flexionadas e eu me deito esticado, de pernas juntas para comportá-lo, agarrando a gola da minha camisa e eu seguro em seus braços, fazendo uma pressão forte, porém confortável. Agora, é ele quem se deita e deslizo meu tronco até ele para estar por cima, fazendo meu quadril se mexer em seu colo em movimentos circulares, fazendo nossos corpos terem atrito, como se soltássemos faíscas prestes a provocar um incêndio. Ele me vê aproximar, crente que eu iria a sua boca mas desvio e vou ao seu ouvido e minha boca sussura, sentindo meus lábios tocarem sua pele e ele se concentra em cada palavra dita por mim.

Apenas Segure A Minha MãoOnde histórias criam vida. Descubra agora