109. Valia a pena

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POV GIZELLY

O aniversário de Larissa veio mais rápido do que o tempo que tínhamos para organizar tudo. No meio do caos que a vida profissional de Rafa ainda passava e dos conflitos ainda presentes de Pedro quando se tratava de mim, ver o sorriso de Larissa com a sua festa dos sonhos era o que importava.

Primeiramente pensamos em fazer algo grande, onde convidaríamos toda a família de Rafa, os amigos mais próximos e vários colegas de classe de Larissa, porém com toda a situação de Pedro exigir que o meu relacionamento e o de Rafa ficasse escondido, decidimos que seria mais prudente fazer uma comemoração na escola para Larissa aproveitar com os colegas e uma mais privada, onde só estaríamos as três, Manu e a família mais próxima da minha namorada.

Para o descontentamento (público e ativo) de Larissa, eu não acompanhei a pequena e a Rafa até a escola aquela manhã. A festinha que seria feita no intervalo da aula, seria acompanhada por Rafaella e Pedro, logo eu achei que seria melhor não forçar as coisas com a minha presença. Larissa não entendeu muito bem porque eu não podia estar em ambas as suas comemorações, mas eu torcia para que a menina não desse tanto trabalho para a sua mãe naquela manhã.

Aproveitei que tinha tirado o dia de folga e passei a manhã garantindo que tudo estaria perfeito para o dia especial daquela que havia se tornado minha pessoinha favorita. A festa seria na chácara da família de Rafa e em todos os cantos que você olhava daquele lugar, tinha algo de gliter ou algo que remetesse ao fundo do mar. Larissa ia surtar ao ver tudo aquilo, eu tinha bem certeza.

"Gi, minha filha, você não quer mesmo comer mais alguma coisa?" Dona Genilda me ofereceu mais uma vez, se aproximando de mim com um olhar de preocupação maternal. Eu inevitavelmente acabei sorrindo, porque a mulher me tratava sempre assim quando me via e eu não podia evitar me sentir acolhida, o que era um sentimento simplesmente maravilhoso.

"Dona Gegê, a senhora sabe que eu não sou de negar comida, mas eu lhe juro que não aguento mais nada," respondi rindo levemente e levando minha mão até a minha barriga, como se demonstrando que eu estava realmente cheia. A mãe de Rafa era uma daquelas anfitriãs que se mostrava sempre preocupada, mas a verdade era que eu já havia comido até demais da conta aquela manhã.

"Tudo bem, querida," ela disse rindo junto comigo. "Isso aqui está ficando a coisa mais linda," ela falou parando ao meu lado e olhando ao nosso redor.

A maioria da decoração já estava colocada, o que deixaria apenas a organização das mesas e cadeiras, assim como das comidas para a parte da tarde.

"A Rafa não brinca com decoração," foi minha maneira de concordar com a minha sogra.

"Você tem razão. A Rafinha tem mesmo mão pra isso," Genilda replicou. "E por falar nela, ela já deu alguma notícia de como foi a festa na escola da Lari? Acho que a essa hora já terminou tudo, não?" a mulher perguntou olhando para o relógio que levava em seu pulso.

Eu busquei meu celular no bolso para também checar o horário e concordei com ela, enquanto aproveitava para ver se tinha alguma notificação no aparelho com o nome da minha namorada, mas não encontrei nada.

"Já deveria ter acabado, mas ela ainda não me disse nada. Vou ligar para ela," anunciei e Genilda concordou, dizendo que ia entrar na casa para continuar fiscalizando o preparo da comida e que era para eu lhe dar notícias assim que as tivesse. Com isso ela entrou na casa e eu disquei o número de Rafaella e esperei que ela me atendesse.

O telefone chamou algumas vezes antes de ir para caixa postal e só na minha segunda tentativa, Rafaella atendeu.

"Oi, amor," ouvi sua voz cansada do outro lado da linha.

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