46. O mundo é bão, Sebastião

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As duas continuaram se vendo praticamente todos os dias no mesmo horário. Naquela semana, Manoela só pode acompanhar as duas uma vez, o que foi o suficiente para cantora. Ela não estava mais aguentando fingir que não via olhares entre as duas e também o jeito abobado que estavam. Só cego para não perceber.

Naquele sábado, haviam decidido que iriam passar o sábado em uma cachoeira que Rafaella gostava muito. Era um lugar lindo e pouco movimentado logo na saída de Goiânia e a influencer fez tanta propaganda, que Gizelly mal podia esperar para conhecer.  Convidaram também Manoela, que prontamente aceitou.

Ficou combinado, então, que Rafaella passaria as 8h para buscar as duas mulheres no apartamento.

Gizelly acordou cedo aquele dia, pois havia prometido que prepararia a comida para elas levarem, já que não havia onde comer lá próximo e elas queriam aproveitar o dia no local. A advogada preparou um almoço leve e mais alguns sanduíches. Havia também passado no mercado e comprado sucos, frutas e lanches que sabia que Larissa gostava.

Assim que terminou de preparar tudo, foi para o quarto se arrumar e encontrou com Manoela no meio do caminho. A cantora olhava estranho para amiga, segurando a risada. Gizelly ignorou e entrou no quarto.

Assim que deu 8h, as duas já estavam em frente ao prédio esperando Rafa e Larissa. Não demorou para que o carro da mineira estacionasse ali.

"Bom dia!" Rafa disse animada através do vidro do carro.

"Bom dia," as duas responderam.

"Você pode abrir o porta malas pra eu guardar?" a advogada pediu, levantando as bolsas térmicas que tinha em suas mãos.

"Meu Deus, Gi. Você sabe que vamos ser só nos quatro, né?" Rafa riu da quantidade absurda que deveria ter ali.

A capixaba deu de ombros e sorriu grande.

"Duas de nós comemos por quatro, né Lari?" Gizelly disse através da porta aberta, que Manu usava para entrar no comprimento do banco traseiro.

"Sim!" gritou a menina animada. Algo dizia a Rafaella que a filha concordaria com o que quer que fosse que Gizelly dissesse.

Gizelly guardou a comida, uma sacola, assim como uma mochila com suas coisas e de Manu no porta malas e fechou, dando a volta para ocupar o banco do carona.

Entrou no carro e encontrou uma Rafaella sem maquiagem, com uma roupa leve e sorriso aberto. Teve que se controlar para não beijá-la. Mulher desgraçada de linda!

Rafaella riu, como se escutasse o pensamento da outra e a puxou para um abraço rápido.

Assim que se soltaram, Gizelly virou no seu lugar r encarou a parte traseira do veículo. Manoela olhava pela janela com uma feição engraçada atrás de seus óculos escuros. Ela estava cada dia mais estranha, pensou a advogada. Ignorando mais uma vez a atitude suspeita da amiga, a capixaba cumprimentou Larissa.

"Bom dia, Lari. Pronta para a cachoeira?"

"Sim! Vamos brincar muito, Gi?" perguntou, animada.

"Com certeza, mini Rafa. A sua mãe disse que lá tem uma parte com água calma e a gente vai nadar muito," Gizelly prometeu para a alegria da mais nova.

Assim que se virou, encontrou Rafa sorrindo carinhosamente para ela.

"Vamos?" a capixaba perguntou.

"Vamos," Rafaella respondeu ligando o carro.

A viagem foi tranquila. Cantaram muito durante o trajeto, e Larissa pediu — em um tom quase desesperado — para que Gizelly e Rafaella parassem de cantar.

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