POV GIZELLY
No mesmo momento que fiz minha promessa a Larissa, soube que não poderia mais evitar Rafaella mesmo que ainda sentisse necessidade de ter um espaço meu antes de tentar qualquer tipo de conversa sobre o que havia passado. No entanto, eu precisava conversar com ela, porque não era justo, nem comigo e nem com Larissa, que tivéssemos nossa relação simplesmente cortada daquela maneira.
Logo, mesmo muito nervosa, busquei Rafaella em seu escritório no centro de Goiânia, assim que saí da escola de Larissa. Eu sabia que ela estaria ali, pois tinha ouvido sem querer, Manu conversando com Rafa ao telefone na noite anterior, mesmo que minha amiga tenha tentado dissimular de quem se tratava no outro lado da linha.
Fui recebida com normalidade naquele espaço e a única pessoa que pareceu se espantar com a minha presença foi Marcela, o que me garantiu que a mulher sabia sobre a minha discussão com Rafaella. Mesmo assim, a prima de Rafa tentou dissimular seu espanto e me disse que eu podia esperar por Rafaella em seu escritório, que ela estava em uma reunião, porém não tardaria. Então eu assim fiz.
Sentada naquele sofá, era impossível não recordar dos vários momentos que passei ali. Alguns muito carregados emocionalmente, como o da primeira vez que estive naquela sala, e outros, também emocionantes, mas de outras maneiras. Eu e Rafa éramos muito felizes quando estávamos bem, isso eu não poderia negar nunca e, infelizmente, nessa situaçao em específico, isso me causava dor.
Soltei um suspiro pesado, fechando os olhos e relaxando o meu corpo sobre o acolchoado. Sabia bem que de nada adiantaria ficar pensando demais nas coisas e que também, essas reuniões de Rafa costumavam levar uma vida inteira, logo eu provavelmente esperaria um bom tempo, então me bastaria relaxar.
O que eu não imaginava, no entanto, é que o cansaço emocional e físico de todos aqueles dias, tomariam conta de mim exatamente ali naquele lugar. Mas sendo honesta, não me parecia tão estranho, afinal apesar de todos os sentimentos conflitantes que as lembranças ali me trouxeram, o sentimento de familiaridade - e não vou mentir, o cheiro forte de Rafaella que levava naquele ambiente -, me relaxaram o suficiente para que eu acabasse dormindo.
Acordei em um quase pulo quando ouvi o barulho da porta se abrindo, seguido da voz de Rafaella, que falava com alguém do lado de fora. Demorei alguns segundos para me localizar, afinal eu havia realmente dormido pesado, e antes que eu o conseguisse em totalidade, senti aqueles olhos verdes em mim.
Suas palavras ficaram estagnadas em sua boca semiaberta e se fosse qualquer outra situação, eu riria da sua expressão.
"Oi, Rafa. A gente precisa conversar," falei antes que a coragem me faltasse.
Rafaella pareceu despertar também do seu estado de estupor e fechou a porta, sem ao menos concluir a conversa que estava tendo antes de me ver.
"Que bom que você está aqui, Gi," ela falou com um sorriso se formando em seu rosto e eu juro que me doeu saber que eu quebraria as suas expectativas. Eu estava ali para conversar sim, mas não exatamente do que ela queria que conversássemos.
"Eu vim falar sobre a Larissa, Rafa, não sobre a gente," deixei claro, vendo mais uma vez a sua expressão mudar.
"Ok," ela disse simplesmente, indo em direção a sua mesa e se apoiando na ponta dessa. No entanto, eu havia reparado em como o seu olhar havia se fixado rapidamente ao meu lado no sofá, tão rapidamente quanto ela se decidindo que seria melhor manter a distância entre nossos corpos. Agradeci mentalmente por aquela decisão. Eu estava forte na minha decisão de precisar de um tempo, mas quem sabe não tão forte assim.
"Eu sei que, de certa forma, a nossa discussão," falei engolindo em seco e desviando meu olhar dela, afinal era difícil sequer tocar naquele tema. "Teve a ver com Larissa, mas quem acabou se machucando fomos nós duas e foi minha a decisão de me afastar um pouco de você e bem, da nossa relação," continuei, desviando mais uma vez dos seus olhos, que estavam agora começando a marear. "Eu ainda não estou pronta pra conversar com você, Rafa, não sobre isso. E é por isso que ando evitando suas tentativas de contato," falei agora com mais força em minha voz, mas ainda delicadamente, afinal não queria de forma alguma magoá-la. "Eu preciso de mais tempo para isso, porém eu preciso de dizer que hoje eu fui na escola de Larissa."
Meus olhos foram até ela quando um silêncio se formou após as minhas ultimas palavras. Busquei sua reação ao que eu disse e me surpreendi com o sorriso delicado que ela tinha na ponta de seus lábios.
"Foi pelo jogo, né?" ela perguntou com um tom que conseguiu ser mais suave ainda que o meu, fazendo um arrepio correr da ponta dos meus dedos do pé, até a minha cabeça. Apesar de qualquer coisa, eu nunca conseguia evitar as reações que Rafaella me causava.
"Sim," respondi me perdendo levemente em meus pensamentos e no mar verde dos seus olhos também. Eles brilhavam daquela forma que me fazia sentir especial e de repente, eu tive que desviar a minha vista dalí, pois tudo pareceu demais. "Erm," limpei levemente minha garganta, me recompondo. "Então, eu fui vê-la na escola para levar o jogo, sim... É... E ela me perguntou se eu iria ver desenho com ela hoje e você sabe, Rafa, que essa pergunta é muito mais do que só essa pergunta. Eu sei que ela sente minha falta e eu também sinto a dela e que apesar do que passou, e das palavras e dos sentimentos e de eu não ser o pai dela... Ou mãe, sei lá... Enfim, de eu não ser nada disso pra ela, eu sinto muito a falta dela e eu sei que ela a minh..." o meu monólogo completamente nervoso e perdido foi interrompido pela conexão dos dedos de Rafaella em meu rosto, empurrando meu queixo delicadamente para cima, para que meus olhos voltassem a encarar os seus.
"Você não é nada, Gizelly. Eu sei que você não está pronta pra essa conversa agora, mas eu não posso deixar que você continue falando essas coisas e muito menos pensando assim. Eu sei também que a culpa foi minha de pôr essas coisas em sua cabeça, e eu quero que você saiba que eu pretendo me redimir de várias formas possíveis em relação a isso quando você me permitir, mas agora, eu só queria deixar claro uma coisa," Rafaella falou de maneira rápida, não afoita como eu havia feito antes, mas rápida e decisiva, como era de costume quando ela tinha algo realmente sério do que falar. Seus olhos fixaram nos meus e mais uma vez eu senti o turbilhão de sentimentos que só ela me cauava. "Eu quero que você saiba que você é a Titchela. E que isso vale muito mais pra Larissa e pra mim do que qualquer outra coisa."
A.N.:
Oi, boiolinhas! Como vamos?
Desculpa se tiver algum erro, mas eu to sem tempo de corrigir, mas depois de todo o tempo que eu sumi, não quero que vocês fiquem esperando mais tanto tempo.
Espero que estejam querendo me matar um pouco menos. Hahahha.
Beijos e até o próximo!
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FanfictionGiRafa AU (Universo Alternativo) Sinopse: Rafaella era uma influecer de 25 anos, casada com um cantor sertanejo de sucesso chamado Pedro Neto. Os dois se casaram quando ela tinha 20 anos e juntos tinham uma filha de 3 anos chamada Larissa. Apó...