67. Linhas Tênues

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Oi, boiolinhas! Antes de começar esse capítulo, como alguns de vocês não têm Twitter ou não me seguem (@vemproGiRafa), eu queria agradecer aqui também pela loucura que foi o Capítulo anterior.

Eu ainda não acredito que bateu mais de 1k de comentários. Vocês são loooooucos!

Obrigada de verdade pelo carinho. Mamo demais, vocês não tem noção!!!!

Enfim, como comemoração por isso, eu montei um vídeo e é esse da mídia do Capítulo.

Agora vamos ao novo. Boa leitura!

POV GIZELLY

Eu tinha acabado de preparar um almoço tardio quando o meu celular tocou. Fui em direção do mesmo e assim que vi o nome de Letícia brilhar na tela, o atendi.

"Oi, Lê," falei prontamente.

"Gi," o seu tom de voz me assustou e eu me atentei ainda mais às suas palavras. "O Carlinhos está na UTI..." Leticia falou simplesmente e eu tive que me sentar na cadeira.

"Como assim, Letícia?" Falei quando enfim recuperei minha voz.

"Por conta da nossa reclamação formal da última vez, o culpado pela sua agressão foi transferido para a penitenciária de Cachoeiro," ela começou. "Sem me avisar disso, eles transferiram o Carlinhos para lá essa semana, por conta de falta de vagas onde ele estava. Se eu soubesse que era o mesmo lugar, eu tinha feito algo, Gi..." Letícia parecia devastada com a situação. Apesar de não ter a ligação tão profunda que eu tinha com aquele caso, ela estava há meses se dedicando a ele também. Era compreensível.

"O que eu posso fazer?" falei rapidamente. Eu entendia os sentimentos da minha amiga, porque no fundo eu estava sentindo o mesmo, mas não tínhamos tempo para focar em nossas angústias. Precisávamos agir.

"Eu vou para lá agora mesmo. Preciso garantir que ele está tendo o cuidado adequado," Letícia respondeu.

Eu ia falar algo quando meu telefone pessoal começou a tocar também. Pensei em ignorar, mas algo dentro de mim me impediu.

"Um minuto, Lê," falei alcançando meu telefone. Meu coração quase parou. Era Marcele. "Eu te ligo de volta daqui a pouco. Dona Marcele está me ligando. Me mantém informada!"

Letícia concordou e eu respirei fundo antes de atender a outra ligação.

"Dona Marcele," falei tentando manter minha voz firme.

Antes mesmo da mulher falar qualquer coisa, eu pude ouvir seu choro.

"Gizelly, o meu menino..." a mulher falou entre soluços e eu senti o ar me faltar. "Você precisa ajudar meu menino," ela praticamente implorou.

"Eu vou, Dona Marcele. Eu juro que eu vou," prometi sem nem mesmo pensar nas consequências.

Era minha culpa ele estar naquela situação. Era meu dever fazer de tudo para tirá-lo.

"Estou voltando para o Espírito Santo."

Rafaella não me atendia. Liguei mais de dez vezes antes de perceber que talvez fosse melhor pedir para que ela ligasse quando tivesse tempo.

Arrumei algumas coisas rapidamente na mala que eu havia levado, ao mesmo tempo que ligava para a companhia área atrás do primeiro vôo que me levasse de volta para casa. Chamar Vitória de casa agora deixava um gosto estranho na boca.

Passei o caminho inteiro até o aeroporto tentando falar ou com Rafa ou com Manu, mas nenhuma das duas me atendia. Que inferno!

Decidi que ao menos iria comunicar o meu passo a passo a Rafa para não preocupá-la tanto. Minha cabeça e meu coração estavam divididos quando coloquei meu cinto de segurança na aeronave. Odiava estar partindo. Sentia no fundo do peito que eu estava deixando Rafaella, mesmo que esse não fosse o caso. Mesmo que eu tivesse certeza das minhas intenções de voltar.

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