55. Inseguranças e Equilíbrio

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Rafaella e Larissa se mudaram oficialmente para o apartamento na quinta-feira daquela semana. As obras haviam terminado e Gizelly e Rafa haviam ido outro dia ajudar a arrumar as coisas — já que acabaram não fazendo nada disso da última vez.

O relacionamento das duas estava sólido, apesar de ainda sem título. Rafaella amava que Gizelly entendia a situação que ela estava, mas também tinha medo de não estar dando tudo o que a advogada merecia.

Se falavam mais por ligação, agora que Rafaella já tinha sua privacidade novamente, e era isso que estavam fazendo naquele momento.

"Como foi seu dia?" ela me perguntou.

Eu havia acabado de pôr Larissa para dormir e tomar banho. Estava, naquele instante, passando meus cremes. [Ela faz o skin care dela]

POV RAFAELLA

"Foi corrido, mas bom. E o seu?" perguntei. O celular estava ao meu lado na cama e eu conseguia ver seu rosto sonolento do outro lado, enquanto ela só podia ver o teto.

"Ruim porque não vi você," ela falou e eu tive que pegar o celular para encará-la. Ela sorriu quando eu apareci na câmera.

"Tá querendo ganhar meu coração, Titchela?" brinquei, também sorrindo. Ela ficava muito muito fofa assim com cara de sono.

"Quero," ela respondeu.

Meu coração acelerou e eu senti aquele friozinho na barriga. Se ela soubesse que não seria nenhum pouco difícil.

Conversamos mais um pouco e agora eu também já estava deitada na minha cama. Ela de repente ficou séria.

"Eu queria te falar uma coisa," ela disse e eu fiquei confusa com seu tom.

"Ok," respondi.

"Você sabe aquele seu evento de amanhã?" eu confirmei com a cabeça e ela continuou. "É que a Fernanda vai estar lá e ela me convidou pra ir..."

Apertei o meu celular com mais força, mas consegui manter meu rosto com a expressão neutra.

"Não vai falar nada?" ela perguntou quando eu me mantive em silêncio.

"Eu não posso falar nada," respondi um tanto seca.

"Claro que pode," ela respondeu se ajeitando na cama e voltando a focar a câmera no rosto. "Eu não queria dizer não, porque ela é uma pessoa legal e eu queria manter uma amizade, mas se te incomodar, eu não preciso ir," ela disse.

Eu confesso que tudo em mim gritava pra dizer que não queria que ela fosse. Mas quem era eu pra privar Gizelly de algo que ela queria? Não tínhamos um relacionamento sério por minha causa. E mesmo se tivéssemos, isso nunca me faria dona dela.

"Se você quer ir, você deveria," falei tentando manter minha voz no tom normal. Não queria externalizar meus ciúmes.

"A Manu pode ir também, aí vai ser como aquela outra vez," ela disse e eu a olhei sério. "Não essa parte, Rafaella!" ela disse rindo. "Desfaz essa cara feia que a única boca que eu quero beijar é a sua."

A sua fala junto com seu sorriso bobo me fez desmanchar minha cara feia. Como não ter um abismo por essa mulher, gente?

"Você pode vir pra cá depois e matar esse desejo aí," respondi mordendo meu lábio inferior. Eu sabia que ela gostava quando eu fazia isso.

"A gente pode tá pulando esse evento?"

Eu ri. Como era a coisa mais boba, fofa e linda do mundo.

Acordei cedo no outro dia como era de costume e levei Larissa para minha mãe, onde passei a manhã e almocei. Tinha que deixá-la ali pois trabalharia até tarde no evento daquela noite.

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