34. Monstrinhas

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Rafaella acordou tarde aquele dia. Esticou seus braços na cama, em busca de sua "costelinha" favorita e encontrou apenas o espaço vazio. Se levantou rápido, um tanto preocupada. Saiu do quarto em busca da filha e encontrou uma cena adorável.

Gizelly e Larissa estavam sentadas no chão da sala, entre o sofá e a televisão. Ambas ainda em suas roupas de dormir, estavam escoradas na mesa de centro de Manu, cada uma concentrada em papéis e lápis coloridos.

"Você pode me emprestar o vermelho, Gi?" Larissa pediu e Gizelly prontamente entregou o lápis a menina. "Obrigada!"

"Pois de nada. Isso é uma rosa?" Gizelly perguntou apontando para o desenho que a menina trabalhava. Antes que ela pudesse responder a advogada viu que não estavam mais sozinhas. "Bom dia, Rafa!" ela falou, fazendo Larissa virar em direção a mãe.

"Mamãe, estamos colorindo!" a menina falou empolgada correndo até Rafaella que a tomou em seus braços.

"Bom dia, bebê," a mulher disse num abraço carinhoso.

"Bom dia," ela respondeu, já tentando sair do abraço e correndo para voltar a sua pintura.

Rafaella riu da animação da filha e sorriu agradecida a Gizelly que apenas deu de ombros.

"Tem café," Gizelly disse indicando a cozinha para Rafa.

"Você tem que terminar o seu desenho também, Gi," a mais nova falou, claramente incomodada que a advogada havia parado com a atividade.

"Sim, senhora," Gizelly falou divertida e voltou a colorir.

Rafa ficou mais um tempo observando as duas, com uma sensação tranquilo no peito. Decidiu que aproveitaria que a filha estava distraída e tomaria um banho rápido antes de tomar café. Anunciou isso e Gizelly disse que estava tudo bem, que ela podia demorar o tempo que quisesse.

Rafaella usou daquele momento para pensar no que faria a seguir. Sabia que tinha que voltar para casa e encarar as coisas com Pedro. Havia pensando bastante na noite anterior. Claro que havia se deitado e rolado muito na cama antes de dormir. No meio disso, decidiu que tentaria mediação. Gizelly insistiu nisso e talvez essa fosse a melhor solução para Larissa. Afinal, essa era sua única preocupação.

Assim que tomou banho e vestiu roupas frescas, se sentiu um pouco melhor. Falaria com Gizelly assim que tivessem um momento a sós. Pediria para Manu ficar com a filha e iria conversar com Pedro naquele dia mesmo.

Quando saiu pela segunda vez do quarto, encontrou Manu sentada no sofá observando a atividade das duas outras. A cantora ria de alguma coisa no desenho e Gizelly e advogada fazia um bico, que Rafaella achou fofo.

"Eu acho que está muito bonito, Gi," Larissa falou e aquilo fez a advogada sorrir grande para a menina.

"O seu está muito mais bonito, mas muito obrigada," ela respondendo, fazendo careta na direção de Manoela que revirou os olhos. Rafa riu do comportamento infantil das duas e isso fez com que ela ganhasse a atenção do restante dos ocupantes da sala.

"Bom dia, amiga," falou Manu se levantando e indo em sua direção.

"Bom dia, Manu," Rafaella respondeu entre o abraço rápido que a amiga lhe deu.

"Já tomou café? Vem que eu ponho pra você," falou Manu indo em direção a cozinha sem nem esperar a resposta. Rafaella estava sendo claramente cuidada, e mais uma vez se sentiu melhor ali. "Quer um pão com ovo ala Manu?"

"Sempre!" a influencer respondeu sorrindo, se sentando no balcão e tomando a xícara que era oferecida a ela pela menor. "Já comeu, bebê?" Rafa perguntou a filha.

"Comemos muito!" Larissa falou rindo para Gizelly, como se tivessem alguma piada interna. Isso fez Rafaella arquear os olhos para advogada, que de repente preferia olhar para todos os lugares menos para Rafa. Elas tinham aprontado, com certeza.

"Gizelly fez café pra elas e elas comeram iorgute, cereal, ovo, pão... O que mais?" entregou Manu.

"Mais?" falou Rafa claramente assustada.

"Queijo e presunto," completou Larissa.

Rafaella olhou para Gizelly e encontrou a mulher tímida.

"Eu tomei cuidado pra ela não comer mais do que aguentasse, eu juro!" a advogada se defendeu e Rafaella pensou em fingir que estava brava, mas decidiu contra. A reação de Gizelly era adorável, mas ela não queria assustar a mulher. Afinal, era muito grata pelo o que ela estava fazendo pela filha e por ela.

"Vocês são duas monstrinhas!" Falou Manu, colocando o prato em frente a mineira.

"Obrigada," Rafa agradeceu e Manu apensas sorriu em retorno.

Quando a influencer terminou de comer, Larissa e Gizelly estavam colocando seus desenhos na porta da geladeira.

"É como uma galeria de arte," Gizelly falou enquanto as duas olhavam os seus trabalhos finalizados.

"Você é o próprio Picasso, Gizelly," falou Manu rindo mais uma vez do desenho da amiga.

Rafa se aproximou para observar de perto. O desenho de Larissa era uma mistura de pessoas como palitos e cores pra todo lado, no que pareciam flores. A menina podia ser o que quisesse na vida, mas Rafa duvidava que ela teria carreira como artista. Mas obviamente, Rafaella amava todos os desenhos e tinha vários guardados. O de Gizelly, no entanto, era uma pobre tentativa de borboletas. E quem não soubesse, acreditaria fácil que tinha sido feito por uma criança de 3 anos também.

Rafaella tentou segurar a risada, mas não conseguiu.

"Você também, Rafa?" a advogada falou, ofendida.

"Desculpa, Gi. Tá lindo!" tentou mentir, mas não deu certo.

"E o meu, e o meu?" Larissa perguntou e Rafa lhe pegou no colo, enchendo o seu rostinho de beijos.

"Tá lindo demais da conta, sô," Rafaella falou no seu sotaque mais arrastado, ainda beijando a filha, que ria do jeito bobo da mãe.

Gizelly e Manoela observavam as duas com sorrisos no rosto. Era bom ver elas assim, felizes.

Notas da autora:

Não morri!!!
Desculpa a demora.
Esse capítulo foi apenas para dar uns mimos pra vocês.

Juro que posto mais hoje.

Até mais!

P.s. Não revisei, então desculpa os erros.

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