74. Twitteira

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POV GIZELLY

Naquela semana começamos os preparativos para a nossa viagem para o Espírito Santo. Rafaella conseguiu que Marcella limpasse sua agenda por 7 dias, tempo que ela passaria comigo. Eu estava nervosa e feliz que eu a teria ao meu lado. Sabia que voltar para Vitória despertaria sentimentos que estavam apenas como sussuros em mim e ter ela comigo com certeza tornaria tudo mais fácil.

Larissa ficaria os sete dias com Gege e a babá iria ajudá-la, dessa maneira Rafaella ficaria mais tranquila. Desde a audiência, ninguém da família de Pedro tinha entrado em contato para visitar Larissa. Por sorte a menina não parecia sentir falta e estava contente em receber o carinho de quem estava ao seu lado. Eu, de verdade, não conseguia entender Pedro. Ele tinha a família perfeita e deixou tudo escapar. Tem gente que não reconhece os próprios privilégios mesmo.

Eu estava com Rafaella em seu apartamento, partiríamos para Vitória no dia seguinte e tínhamos acabado de levar Larissa ate a casa da avó. Tinha sido uma despedida difícil, a menina tinha chorado bastante e isso abalou muito Rafa — não vou negar que a mim também.

"Vem pra cama, amor," chamei quando Rafa continuava andando de um lado para o outro, tentando a sua maneira se livrar das tensões. "Você já trocou cinco vezes os sapatos da mala. Eu sei que você tá chateada com a reação da Lari. Vem aqui pra gente conversar e eu te tranquilizar," chamei, me arrastando na cama e fechando a sua mala.

Ela finalmente parou e me olhou, soltando um suspiro.

"Desculpa. Tô parecendo uma louca, né?" ela perguntou passando as mãos nos cabelos e os bagunçando.

"Não, bebê," falei. "É seu coraçãozinho de mãe que tá aflito. É normal, mas ela vai ficar bem. Não fica assim," falei abrindo meus braços e a convidando mais uma vez para a cama.

Dessa vez ela sorriu e veio até mim, me abraçando com um dos joelhos na cama.

"Vou guardar a mala e venho deitar, ok?" ela disse me beijando rapidamente.

Concordei e a observei enquanto ela finalmente fechava a mala e a colocava em um dos cantos do quarto. Admirei seu corpo que estava coberto apenas por uma blusa grande e uma calcinha minúscula. Rafaella só tinha calcinhas desse jeito. Acho que ela queria me matar.

Ela percebeu que eu a olhava com segundas intenções e sorriu de canto. Aquele sorriso de quem tem ideias na cabeça. Sorri de volta porque dessas idéias eu gostava e gostava muito.

Eu estava sentada na cama, recostada na cabeceira. Ela veio em minha direção a passos lentos e eu mordi meu lábio em expectativa.

"Tá gostando da vista?" ela perguntou se sentando sobre minhas pernas na cama. Minhas mãos foram automaticamente para a sua cintura, debaixo da blusa.

"Old que sim," falei rindo.

"Lá vem você com gíria de twitter," ela disse rindo.

Minhas mãos deslizaram pelas suas costas e eu dei de ombros, sentindo o corpo dela reagir aos meus toques.

"Amo uma gíria do twitter," falei pressionando sua cintura e puxando seu corpo até o meu. Levei minha boca até seu pescoço e comecei a passar meus lábios por ali, sentindo o corpo de Rafaella se arrepiar.

"Qual?" ela perguntou com a voz fraca, segurando meu cabelo com as mãos e guiando meu rosto para onde ela queria que eu a beijasse. Adorava esse seu jeito controlador.

"Mamei," falei entre um beijo e outro em sua pele. Senti ela puxando meu cabelo para que eu a encarasse.

"O que, Gizelly?" ela falou brava.

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