59. É o que, Gizelly?

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Rafaella acordou naquela segunda-feira sentindo uma felicidade que pensou que não sentiria nunca mais na vida. Olhou ao seu redor e se viu em seu próprio espaço, onde as lembranças eram repletas de novidades e promessas. Pensou em sua filha que dormia no final do corredor e teve esperança que essa nova etapa fosse ser melhor. Queria ser feliz, era só o que ela queria. E incrivelmente, parecia que ela estava enfim conseguindo.

Se levantou com vontade de viver o novo dia e foi se arrumar. Já pronta, acordou Larissa e a auxiliou a se arrumar para a escola. Tomaram café juntas e iniciaram a rotina de mais uma semana. A única diferença foi a mensagem que Rafaella recebeu no caminho da escola da filha até o estúdio.

Bom dia, pãozin' de queijo. Ou melhor, minha deusa. Não é sonho que eu posso te chamar assim agora né?

Rafaella abriu instantâneamente um sorriso bobo e grande no rosto. Assim que parou em um sinal vermelho, buscou seu celular para responder.

Bom dia, meu bebê. Não é sonho não. Você realmente aceitou namorar comigo. Já era! Tem mais volta não, viu?

Rafaella largou o celular e voltou a dirigir. Escutou o aparelho alertar outra mensagem, mas esperou chegar ao seu destino para abrir. Já estava perto.

Assim que estacionou seu carro, procurou ler o que Gizelly havia respondido.

Que voltar o que, Rafaella? Melhor decisão da minha vida!!!!!!!

Como estamos sendo melosas, já vou logo dizendo que estou com saudades. Café hoje?

Ela riu das mensagens e sentiu aquele friozinho na barriga que sentimento novo e correspondido traz. Rapidamente digitou sua resposta.

Mal posso esperar.

O dia foi corrido, mas ficou feliz porque conseguiu adiantar bastante coisa. Estava com a agenda cheia e era muito agradecida.

Assim que terminou sua última reunião do dia, olhou no relógio e decidiu que podia ir pro apartamento de Manu. Ainda tinha mais algumas coisas pra fazer, mas poderia resolver quando chegasse em casa.

POV RAFAELLA

Bati na porta do apartamento com uma sacola em mãos. Havia parado em uma padaria para comprar os salgadinhos que Gizelly tanto gostou da última vez.

Estava ansiosa para beijar e abraçar ela. Sabia que era bobo, mas eu realmente senti sua falta. Quando a porta abriu, no entanto, soube que teria que esperar, pois ela estava ao telefone e tinha uma expressão séria.

"Só um minuto, Lê," ela disse mutando o telefone. Sua expressão suavizou e ela me lançou um sorriso. "Vem, entra," ela disse abrindo espaço para eu passar. Assim que entrei, caminhei até a mesa para deixar minhas coisas e mal havia terminado quando Gizelly me puxou e me deu um selinho demorado. "Saudades."

Claro que eu sorri feito boba e segurei seu rosto quando ela tentou se afastar.

"Saudades," respondi quando terminei um segundo beijo.

Ela tomou uma das minhas mãos que estavam em seu rosto e beijou a palma.

"Desculpa, mas eu preciso terminar essa ligação," ela disse, mostrando sua outra mão que ainda segurava o aparelho.

"Sem problemas, bebê," falei apertando seus dedos antes de soltar as nossas mãos.

"Juro que não vai demorar," ela disse, me beijando rapidamente no rosto. "Eu já venho."

Eu a observei sumir em direção ao corredor e a escutei voltar a conversar no telefone. Devia ser algo urgente e eu nunca me meteria no trabalho dela, então busquei a sacola e fui até a cozinha para arrumar tudo.

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