8. Giranu

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Elas ficaram mas um tempo em uma conversa agradável. Não falaram de trabalho, porque Gizelly não queria ser indelicada e aquela não parecia a hora certa. Rafaella também evitou assuntos relacionados a profissão da advogada, pois queria que ela se sentisse confortável. Falaram sobre Goiânia, Vitória e sobre Manu, o maior assunto em comum que tinham.

E falando nela, não demorou para as duas ouvirem o som comum de chave na porta. As duas mulheres se viraram no balcão ao mesmo tempo para presenciar a entrada da cantora no apartamento.

O sorriso que nasceu no rosto de Manoela foi instantâneo, assim como o barulho de suas coisas sendo derrubadas no chão. A mulher abriu os braços e correu na direção de Gizelly, que mal teve tempo de se levantar para aparar a amiga nós braços.

"TITCHELA!" Manu praticamente gritou antes de se jogar nos braços da mais alta.

"Oi tampinha, que saudades!" a advogada respondeu.

Gizelly retribuiu o abraço apertado. Fazia muito tempo que não se viam pessoalmente.

"Saudades que nem cabe no peito, Titche!"

Rafaella observou a interação com um sorriso no rosto. Era bonito ver que uma amizade de anos perdurou com tamanha intensidade.

Elas se afastaram e Manu se virou para Rafa.

"Oi, amiga. Obrigada por trazer ela pra cá," Manu disse se virando para abraçar Rafaella.

"Não me agradece antes de saber de toda a história," a influencer falou rindo.

"Como assim? Contém tudo!" Manu disse indo fechar a porta que tinha deixado aberta por conta da euforia em ver Gizelly.

"Não foi nada demais," Gizelly começou e Rafa a interrompeu.

"Foi sim. Deixei você esperando uma hora no aeroporto!"

"Eu já disse que não ligo, Rafa. E que entendo a situação," Gizelly respondeu e as duas começaram a discutir aquele assunto novamente.

Manoela apenas observou a interação das amigas. Gizelly era naturalmente aberta e palhaça, Rafaella no entanto era fechada e "na dela". Como as duas estavam interagindo uma com a outra deixou a cantora surpresa. "Quanto tempo eu fiquei naquele estúdio?", Manu pensou.

As três ficaram conversando mais um tempo, até que Rafaella se despediu das duas, pois tinha que ir buscar Larissa na escola.

POV MANOELA

"Vocês se deram bem, né Titchela?" perguntei assim que Rafa saiu e fiquei sozinha com Gizelly.

Eu tinha reparado algumas atitudes da Gizelly e queria confirmar minhas dúvidas. Eu conhecia ela demais pra ela me enganar.

"Sim, gostei dela," ela disse se fingindo de desinteressada. Sim, fingindo.

"Você não tá tarando minha amiga, não é Gizelly?" joguei na cara, porque essa era a melhor maneira de arrancar as verdades de Gizelly. Ela perdia a postura de advogada por alguns segundos, o que era tempo o suficiente para eu tirar as minhas conclusões.

Ela se virou nervosa na minha direção e falou praticamente gaguejando, com as bochechas coradas: "Você tá louca, Manoela?"

Eu tive que rir alto da reação dela. Gizelly sempre foi toda "pra frente" em diversos assuntos, mas era só colocar ela em foco que ela ficava assim, toda tímida.

"Eu entendo, amiga. A Rafa é muito gata mesmo!" eu disse ainda rindo da cara dela.

"Ela é casada e minha cliente, Manoela," falou séria.

"Ela é sua cliente para não ser mais casada, Gizelly," falei o óbvio.

"Como se isso mudasse algo, né? Olha a situação que ela está," ela disse. Gizelly mal conhecia Rafaella e já estava toda empática. É muito preciosa mesmo.

"Eu sei, amiga. Estou só brincando. Mas achar linda não é pecado, tá? E pode sim!" falei.

Eu não estava incentivando nada. Eu apenas gostava de perturbar Gizelly quando se tratava de mulheres bonitas, porque apesar de ela ser bissexual assumida, ela sempre ficava muito sem graça ao falar de mulheres.

"Ok, eu sei o que você está fazendo, Manoela e sim, você tem razão, eu achei ela muito bonita. Satisfeita?" Gizelly disse se fazendo de brava.

"Estou sim!" respondi me levantando e indo em direção a minha amiga. "Mas eu ficaria ainda mais feliz em comer a sua comidinha. Estou morta de saudades dela!" falei fazendo meu biquinho dramático.

Gizelly soltou uma risada alta jogando sua cabeça para trás.

"O que você quer comer, minha filha?" ela disse remetendo a uma brincadeira antiga nossa.

"O seu rocambole, por favorzinho!" respondi já dando pulinhos.

Eu era péssima cozinheira e estava sobrevivendo de comidas de rua e crepioca.

Gizelly balançou a cabeça para mim, rindo do meu jeito bobo e foi até a cozinha.

"O que eu não faço para a minha filha favorita, né?"

"Mãe Titchela, você faz tudo!"

Nota da autora:

Aaaaaaaaaa
Desculpem por ter sido curto esse. Eu estava em um leve bloqueio, mas não queria deixar vocês sem nada.

Segue a primeira interação Giranu.
Obrigada por lerem, votarem e comentarem!

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