79. Sua

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POV RAFAELLA

Infelizmente aquela era a minha última noite em Vitória. Faziam três dias que Carlinhos acordada e Gizelly concordou em buscar ajuda psicologica. Havíamos combinado que ela começaria assim que voltasse para Goiânia. Esse era outro assunto que teríamos que conversar em breve também, afinal eu sabia que Gizelly não podia se ausentar para sempre e que uma hora precisaria voltar a trabalhar no escritório de maneira presencial e não só a distância.

Ela estava melhor nos últimos dias. Obviamente que eu sabia que era uma melhora superficial, mas me aliviava vê-la mais aberta e menos sobrecarregada. Acho que de toda os males, a crise que ela havia tido, tinha feito ela extravasar um pouco das emoções contidas que ela sentia. Algumas boas notícias sobre o caso de Carlinhos contribuíram também para sua melhoria e mesmo que ela não estivesse 100%, o meu peito doía um pouco menos ao pensar que eu teria que deixá-la no dia seguinte.

"O que cê tanto pensa?" ela me interrompeu, sentando ao meu lado no chão da sala de estar.

"Que eu não queria ter que te deixar amanhã," falei sinceramente, ao mesmo tempo que ela aproximava seu rosto para beijar meu ombro.

"Eu vou ficar bem, eu prometo," ela respondeu me encerando de maneira suave e tentando me passar segurança.

"Eu sei, meu amor. Mas ainda assim, eu não queria te deixar só," respondi colocando uma das minhas mãos em seu rosto. Ela apoiou seu rosto em minha mão e fechou os olhos, apreciando o carinho.

"Assim que eu resolver tudo sobre os próximos passos do tratamento de Carlinhos, eu volto para Goiânia," ela disse, pegando a minha mão que estava em seu rosto e levando até seus lábios.

"E depois?" acabei soltando sem querer, o que fez ela parar o que estava fazendo e me encarar, confusa. "Uma hora você vai ter que voltar pra cá permanentemente," decidi que já tinha começado, então terminaria meu pensamento, mesmo que timidamente.

Ela suspirou, como se também já tivesse pensando muito sobre isso.

"Eu confesso que ainda não pensei em como a gente vai fazer isso," ela disse. "Mas o que eu sei é que a gente vai dar um jeito. De maneira nenhuma geografia vai ser o que vai separar a gente," ela concluiu de uma forma tão confiante que me fez sorrir e tombar meu corpo para frente. A minha namorada era fofa e eu precisava beijá-la sim.

Ela sorriu entre o beijo e quando eu tentei me afastar, ela segurou meu rosto no lugar, iniciando um novo. Seus lábios prendiam os meus com delicadeza enquanto ela acariciava a minha nuca.

"A gente pensa nisso mais tarde juntas, ok?" ela desgrudou nossas bocas para falar, eu concordei ainda de olhos fechados e sem nem saber se ela havia visto, a puxei para um outro beijo. Queria tê-la perto. Matar a saudade antes mesmo de sentí-la. Quando ela percebeu que eu tinha todas as intenções de intensificar aquele momento, ela riu com a boca ainda colada na minha. "Por quê a gente não vai para a cama?" perguntou e eu concordei rapidamente.

Fomos em meio a beijos e risadas até o quarto e quando caímos na cama, ela estava sobre mim, me encarando com uma sorriso lindo.

"O que?" perguntei ficando sem graça.

Ela não se moveu, apenas continuou me olhando de maneira intensa.

"Eu amo você demais, sabia?" foi sua resposta, me fazendo retribuir seu sorrisos.

"Eu também amo você demais, amor," respondi levando minhas duas mãos até seus rosto e o segurando. "Vem aqui pra eu mostrar o quanto," falei baixo puxando seu rosto para que nossas bocas se colassem mais uma vez.

O beijo era delicado, mas íntimo. As nossas bocas percorriam uma a outra com intensidade e carinho. Ela me beijava como se declarando seu amor e eu respondia como se o aceitando, sentindo, correspondendo.

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