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Kiara Carrera

— De novo Kiara? — Cléo questiona assim que me jogo no seu sofá.

— Quando eu vi já virava uma dose de alguma bebida forte que pedi no bar de uma balada.

— Você poderia ter me procurado ao invés de sair por aí em busca de um bar aberto. Você sabe que pode confiar em mim.

— Não é questão de confiança Cléo, eu não quero que percam seu tempo com os meus problemas.

— Como você ouve os meus, eu também posso ouvir os seus. Mas você corre pra ele não é?

— Não é assim, eu nem sei como sempre estamos no mesmo lugar, eu só estrapolo e pow, ele surge no mesmo lugar pra me ajudar.

— E você o mesmo. Já vi você carregar ele para fora das festas de fraternidade quando estávamos no último ano de faculdade.

— Troca de favores.

— Você viu o Topper? - A mesma questiona ao ver a mensagem que mandou ao mesmo e ele não visualizou.

— Não, o quê houve?

— Os pais dele descobriram.

Topper se assumiu bi a alguns meses, ele namora Nina, não para mascarar sua bissexualidade, pois Nina tbm é, assim eles tem uma relação aberta, se envolvem juntos ou separados com pessoas de ambos os sexos sem problemas.

— Quê droga! - Levo as mãos ao rosto, jogando minha cabeça pra trás.

Ele deve estar tão perdido.

Os pais do Topper são rigorosos,
seguem a risca as culturas da sua religião.

Ele não namora Nina por faixada, ele realmente gosta dela, e ela dele. Só que ele também gosta de garotos, Nina aceita isso normalmente e defende o namorado.

Os pais de dela apoiam a preferência sexual do Topper e não veem problema na relação entre os dois.

— Ele deve estar arrasado.

— Ele foi expulso de casa.

— O quê? Que merda. Eu preciso achar ele.

— Não adianta procurar, ele sumiu, me mandou uma mensagem dizendo que estava bem, só precisava esfriar a cabeça. Não vejo ele nem Nina tem mais de um dia.

— Já sabíamos que isso iria acontecer, só estávamos adiando o inevitável mas cara, ele deve estar péssimo.

— Nina está com ele, não vai deixar ele fazer besteira.

— Últimamente tudo ao meu redor parece um furacão, não me lembro qual foi a Sexta-Feira que não bebi até esquecer meu próprio nome.

— E acabar no apartamento dele. Eu até hoje tento entender a relação estranha de vocês, são amigos? —Nego. — Você é a buceta amiga dele? — Questiona surpresa, deduzindo coisas absurdas.

— Claro que não sua maluca. Só somos ouvintes um do outro.

— Pra quem se odeiam, vocês convivem muito.

— Eu não entendo também, você não é a única.

— Mas e aí, qual foi a da vez?

— Minha mãe. Ela foi no meu apartamento depois que saí do jantar dela sem dar explicações. Os convidados se questionavam onde eu estaria se não estivesse com a minha família, na festa de faixada.

— Sua mãe é um saco, desculpa mas é verdade.

— Eu sei, não fiquei brava, eu concordo com você.

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora