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Kiara

Me jogo no sofá, sentindo que minha cabeça vai explodir de tanto pensar.

Estava tudo tão bem pra ser verdade.

Suspiro, tentando esvaziar minha mente por alguns segundos, até voltar a pensar em como conseguir esse dinheiro. Meu salário no bar não paga nem a metade do valor, meu pai tem uma quantia mas não é muito, minha vó ficou com o dinheiro que era do meu avô, ele tinha uma poupança que passou para ela após sua morte.

— Vamos dar um jeito. — Jj afirma ao sentar ao meu lado.

— Eu vou dar um jeito.

— Para com isso Kie.

— Parar com o quê?

— De tentar resolver as coisas sozinha.

— Eu não estou tentando resolver as coisas sozinha.

— Está, eu quero ajudar.

— Obrigada, agradeço por isso mas eu me viro.

— Kie eu sou seu namorado.

— Isso mesmo, meu namorado não meu banco particular.

— Para com isso Kie. Deixa eu ajudar.

— Não quero envolver você nos meus problemas, você já se preocupa demais comigo.

— Porquê eu amo você.

— Jj, você não pode tomar todas as minhas dores.

— Mas posso ajudar a amenizar elas.

— Mas não precisa se preocupar, eu vou arrumar o dinheiro.

— Como?

— Eu me viro.

— Já tem algo em mente?

— Talvez.

— E você não vai me dizer?

— Eu vou ver se da certo e aí eu falo pra você.

— Só se der certo... legal. - O mesmo suspira ao se levantar do sofá. — Depois se der certo não sei se estarei interessado em saber como conseguiu. Eu achei que você confiava em mim e que já tínhamos superado esse tópico, mas eu estava enganado. — Ele diz de costas para mim, me olhando sobre o ombros.

Não digo nada, apenas permaneço encarando algo qualquer que não seja seu olhar.

O mesmo sai da sala em direção ao seu quarto e ouço a porta ser batida com força.

Levo as mãos ao rosto, tentando organizar bem porcamente meus pensamentos e o que vou fazer agora.

Olho minha aliança no dedo e penso que em menos de vinte e quatro horas de namoro já estamos brigando.

O quê custa ele confiar em mim?

Você mentiu pra ele, omitiu algo importante.

Até as vozes da minha cabeça estão contra mim. Otimo.

Pego meu casaco sobre o sofá e as chaves, abro a porta do apartamento mas antes de sair olho para o corredor, decidindo se aviso se vou sair ou não.

Resolvo não ir até o quarto e sigo até o elevador, apertando o botão com certa força.

As portas se abrem e aperto o primeiro andar, logo voltando a colocar as mãos nos bolsos do casaco.

Encosto minha cabeça na parede de metal, fechando os olhos e tentando não pirar com tantos pensamentos ao mesmo tempo.

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora