Stupid Love - Jiara

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Jj

Cinquenta, Sessenta, Setenta, Oitenta dolares, conto as notas enquanto o elevador sobe, passando pelos andares tão rápido que se parasse de repente seria jogado para o teto.

Logo as portas se abrem revelando a porta do meu apartamento.

São três da manhã, fui chamado pra uma corrida de ultima hora, o valor era alto e não era em outra cidade. Fácil, corri recebi o dinheiro. 

Tento ouvir algum barulho que indique que Kiara está acordada mas não ouço nada.

Abro a porta, deixando a chave pendurada ao lado da mesma, vasculho rapidamente a sala e meus olhos param na grande parede de vidro, que tem a vista da cidade.

Kiara parece concentrada em observar o que acontece lá fora e nem percebi minha presença. Quando deixo meu celular e o envelope sobre a mesa seu olhar se direciona a mim.

Por alguns segundos Kiara me olha, dos pés a cabeça, talvez procurando algum machucado, arranhão ou rasgo em minhas roupas.

— Você chegou. - Sua voz sonolenta mostra que está lutando contra o sono.

— Por que não está dormindo? — Estava preocupada com você.

Me aproximo da mesma, que se levanta arrumando seu pijama azul, com pequenas tartarugas no tecido.

Seguro seu rosto com minhas mãos e sorrio.

— Eu estou bem, estou inteiro.

— Até quando? Desde que voltamos dessa viagem você vai correr três vezes na semana. Eu fico preocupada com você.

— Eu sempre cumpro minhas promessas... e se eu disser que volto, eu volto.

— Por que não acha algo que você goste que não seja tão perigoso?

— Acredite, eu já tentei. Nada me dá mais prazer do que correr.

— Você não gosta de correr, você gosta da adrenalina.

— Você está certa. Por que não foi dormir?

— Como eu iria conseguir?

— Estou em casa, pode descansar.

— Eu só trabalhei dois dias Jj, nem deu pra cansar.

— Mas o seu ombro ainda precisa de repouso, quando possível.

— Você é pior que meu pai.

— Se é pro seu bem, serei chato e insuportável.

— Não tenho opção mesmo.

— Não. — Deposito um beijo em seus lábios. — Vamos deitar. — Digo segurando sua mão mas quando a puxo, ela não vem.

— Posso dormir com você? — Questiona baixo, gesticulando com o dedos atrás do tecido da blusa, como estivesse nervosa.

— Eu iria adorar.

— Eu acho que tô de TPM, não sou assim. - Se apressa em dizer, como se tentasse se explicar.

— Tudo bem, vamos nos deitar, já está tarde.

Ela vai na frente, abraçando seu corpo e bocejando.

Olho para o envelope sobre a mesa e suspiro, a corrida que está por vir vai render uma grana boa mas agora algo me faz questionar se devo correr.

Antes eu aceitaria na hora sem pensar duas vezes mas agora...

Agora parece que preciso pensar não só em mim, mas em Kiara também.

Deixo isso de lado e vou para o quarto, encontrando ela desfazendo a cama.