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Kiara

Adentro a pista, seguindo até a sala onde meu tio costuma ficar, revendo alguns papéis que só ele entende.

Assim que avisto sua sala caminho até a mesma abrindo a porta o encotrando como esperava, com seus óculos um tanto entre a extensão do seu nariz, lendo papéis.

Coloco o papel, mais como um panfleto em cima do papel que lia.

— É possível? Eu posso correr?

Meu tio pega o papel e lê o mesmo com atenção.

— Isso é ilegal Kiara, sem chances.

— Já está sabendo?

— Sabendo do que?

— Nós não temos dinheiro pra arcar com os custos da clinica em que minha mãe está.

— É só transferi-la.

— Você não entendeu, ela não pode sair dessa clínica.

— Como não pode?

— Naquela clinica tem tudo que ela precisa, além do mais que trocá-la pode agravar seu estado mental, pois tem algo haver com apego aos profissionais e tudo mais. Não rola trocar ela de clínica.

— Não vou ajudar você a correr ilegalmente.

— Se você não me ajudar eu vou sozinha.

— Isso é errado Kiara.

— Errado é eu não poder ajudar minha mãe.

— Você e sua mãe nunca se deram bem, por que isso agora?

— Porque ela ainda é minha mãe. Olha só, com ou sem sua ajuda eu vou correr, as corridas pagam bem e em apenas algumas corridas que eu vencer já consigo o dinheiro e saio desse mundo ilegal.

— Você não era assim.

— A vida me fez ser assim. Também não bebia, não dormia de casa em casa, mas a vida me fez ser assim e paciência. Eai? Vai me ajudar ou eu vou ter que fazer sozinha?

— Kie?

— Vivian, a namorada do meu tio adentra a sala.

Últimamente eu e ela ficamos próximas quando comecei a frequentar regularmente esse lugar.

— Olá Vivian.

— O quê está acontecendo aqui?

— A maluca da minha sobrinha quer correr ilegalmente.

— Kie você ficou maluca? É perigoso.

— Meu querido tio só contou a metade da história. - A mesma olha para meu tio que suspira pesamente, retirando seus óculos. — Minha mãe precisa ficar em um clínica especializada no seu problema, precisa de cuidados regulares e remédios. Isso obviamente é caro e não temos esse dinheiro pra pagar o tratamento até que ela fique estável pra ser tratada em outra clínica.

— Eu sinto muito querida.

— É, eu também.

— E você quer correr pra conseguir o dinheiro? - A mesma supõe e assinto. — Em corridas ilegais?

— É o único jeito.

— Kie, é perigoso.

— Meu tio disse a mesma coisa. Mas não tenho medo, eu quero o dinheiro. - Me apoio na mesa onde meu tio está sentado. — Olha só, se você não me ajudar eu vou fazer isso sozinha, você querendo ou não, aceitando ou não. Eai, está comigo?

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora