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Kiara

Imaginei tudo menos isso, uma mesa no alto de um prédio, com a vista da cidade.

É, Jj é imprevisível.

— Senhorita. — Diz ao puxar a cadeira para mim.

— Oh, obrigada senhor. - Respondo no mesmo tom o fazendo rir.

— Bom, achei que seria algo diferente jantarmos no alto do prédio. Não parece tão convencional não é? - ele questiona.

— Não, não parece. Mas você se superou, a vista é linda. - Digo ao olhar para baixo.

— Com certeza.

— Por que resolveu me trazer aqui?

— Já nos beijamos, tomamos banho juntos, acho que seria legal um encontro.

— Você já foi a um encontro?

— Se eu disser que nunca fui, você iria rir da minha cara? — Questiona, desviando seu olhar para a cidade abaixo de nós.

— Não, talvez ficaria surpresa mas não iria rir. Por que iria fazer isso?

— Não sei, eu sou homem e nunca fui a um encontro.

— Hoje em dia encontros acabam de uma única maneira.

— Sexo. — Completa.

— Exatamente. Mas me fale mais sobre você.

— Sobre mim? Acho que já disse tudo ao meu respeito. — Diz ao servir duas taças de vinho.

— Não me disse de onde surgiu seu amor pela velocidade, pela adrenalina.

— Do meu avô. Ele era piloto profissional... ele deve estar querendo me matar de onde ele estiver por estar nesse meio ilegalmente.

— É algo de família?

— Essa coisa, de sentir prazer com adrenalina passou para o meu tio materno, pulou da minha mãe e veio direto pra mim e pro meu irmão mais novo.

— Seu irmão mais velho não gosta da prática desse esporte?

— Vamos dizer que ele acha isso uma tolice... correr em alta velocidade por diversão não é a praia dele.

— E o seu irmão mais novo?

— Ele adora, coisa de adolescente. O quarto repleto de pôsteres, miniaturas colecionáveis, chaveiros e essas coisas que o capitalismo nos instrui a comprar e consumir pelo amor ao esporte.

— Você senti falta deles?

— Sinto, nós éramos muito próximos, os três irmãos Maybank... com o tempo Jonas se afastou, não falava muito com a gente, começou a sair com uns amigos e depois de uns meses ele decidiu ir embora.

— Típico de um adolescente. Quem nunca quis sair de casa quando ficou mais velho?

— Verdade. Mas eu fui uma exceção, eu queria sair com oito anos. — ele diz rindo de algo que lembrou.

— Não me diz que você saiu de casa com oito anos?

— Na verdade eu tentei, fui até o supermercado mais próximo da minha casa e me perdi, como o dono conhecia minha mãe ligou e disse que eu estava lá, comprando mantimentos de acampamento.

— Sua ideia foi frustrada.

— Eu já tinha uma mente um tanto diferente, queria fazer o que não tinha idade pra fazer. Já peguei a chave do carro do meu pai e tentei dirigir...

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora