019

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Kiara

Me jogo no sofá, procurando o controle da TV que havia visto pelo móvel.

— O quê quer comer? - Jj questiona da cozinha.

— Nada, não estou com fome.

— Você precisa comer. O quê comeu hoje?

— Almocei com a Cléo, não se preocupe, eu me alimentei bem. Não precisa ligar pra ela para perguntar.

— E você acha que eu faria isso?

— Eu tenho quase certeza que faria isso. Eu sei me alimentar ok?

— Saber é diferente de fazer.

— Conforme os dias vão passando, tenho a confirmação que você é um pé no saco.

— Eu sei ser legal as vezes.

— Nunca vi isso desde que nos aproximamos.

— Mas eu sei.

— Então me mostre.

Digo por dizer mas quando Jj aparece com uma garrafa de uísque e dois copos vejo que ele levou a sério.

— Não era você que não me permitia beber?

— Hoje você está emocionalmente abalada, quer esquecer dos problemas e sei que quer beber. - Desvio o olhar, sabendo que essa informação é verdadeira. — Então vou beber com você aqui, onde sei que posso ter controle sobre você.

— Controle sobre mim?

— Se beber sei que não vai sair por aí, e também irá beber comendo algo, diminui o efeito do álcool.

— Comigo acho que essas coisas não funcionam.

— Então teste.

— Tudo isso pra não ficar com fama de chato ao meu ver Maybank?

— Achei que gostaria de se divertir, está sem dor então pode pular um comprimido.

— Desviando das instruções do médico Jacob? Que feio.

— Só pega o copo antes que eu me arrependa.

Solto uma risada, pegando o copo das suas mãos. Ele serve os dois copos e brinda, logo bebendo um gole da mesma. Bebo um gole e pela abstinência a bebida desce diferente na minha garganta, como se eu estivesse bebendo pela primeira vez.

Na realidade sempre é assim, eu nunca me acostumei com o que ela provoca no primeiro gole, só deixei rolar, e das outras vezes eu nem prestava atenção no que ela causava ao ser ingerida.

— E como anda com a sua família? — Questiono.

— Sinceramente, eu preferi me isolar por um tempo, sei lá, uma semana talvez ou até mais.

— Fez bem, queria fazer isso com a minha mas não posso.

— Sua mãe está sendo bem cuidada.

— Eu sei mas minha mãe é teimosa...

— Parece que você puxou a ela.

— Cala a boca. Não puxei não.

Bom, sempre foi assim, ela colocou algo na cabeça, esquece, ela vai até o fim. Sei que colocou na cabeça que aquele lugar não é pra ela, que ela não merece estar lá. Eu a conheço, afinal, é minha mãe.

— Eu sinto muito.

— Eu também. Mas se as consequências são essas, não podemos fazer nada pra impedir.

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora